O Governo de Angola está a aumentar a sua repressão sobre os activistas na província de Cabinda, onde, desde a posse do actual Presidente, em 2017, mais de 100 deles foram detidos, em actos pacíficos.
A acusação consta de um documento divulgado nesta terça-feira, 16, pela Human Rights Watch (HRW) no seu site, no qual diz que João Lourenço está a seguir as pisadas do seu antecessor e o insta a "parar imediatamente a longa repressão sobre os activistas políticos e de direitos humanos em Cabinda".
“O Governo angolano está a intensificar a repressão aos activistas de Cabinda”, disse Zenaida Machado, pesquisadora sénior daquela organização não governamental citada na nota, na qual sublinha que o Executivo “deve acabar com suas prisões injustas e respeitar os direitos do povo de Cabinda de se manifestar e protestar pacificamente”.
A HRW afirma que desde que João Lourenço tomou posse, em Setembro de 2017, “as autoridades de Cabinda detiveram e prenderam de forma arbitrária mais de 100 activistas por se envolverem em actividades pacíficas de defesa da independência da província".
A nota cita o caso dos 48 detidos a 25 de Março quando, como a Voz da América noticiou na altura, participavam numa reunião da Conacce Chaplains, uma instituição sem fins lucrativos que se dedica à capelania e desenvolvimento social e religioso, reconhecida pela Comissão dos Direitos Humanos da ONU.
A organização é peremptória ao afirmar que a situação em termos de direitos humanos "continua má” e acusa o Presdiente João Lourenço de seguir as “pisadas do seu antecessor, respondendo à situação na província com violentas repressões de protestos pacíficos de activistas, entre outros abusos".
A HRW cita vários casos que considera de violação dos direitos humanos na província.
Zenaida Machado sublinha que “prender pessoas simplesmente por defenderem os seus direitos serve apenas para alimentar o descontentamento da população de Cabinda" e conclui que "as autoridades angolanas devem parar de atacar os activistas e retirar todas as acusações contra os presos sem provas credíveis de violação da lei”.
A nota ainda refere que os pedidos às autoridades para a organização de protestos e manifestações são sempre rejeitadaos.
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