Links de Acesso

Cabinda: Polícia detém 42 pessoas que participavam num encontro com organização que se dedica à capelania, oito continuam presas


Vista geral de Cabinda, Angola. Junho 2016
Vista geral de Cabinda, Angola. Junho 2016

Em Cabinda, oito pessoas, entre elas duas da República Democrática do Congo (RDC), estão a ser ouvidas no tribunal nesta quinta-feira, 30, depois de terem sido detidas, juntamente com mais 34 no passado dia 25, quando participavam numa reunião a convite da Conacce Chaplains, uma instituiçao sem fins lucrativos que se dedica à capelania e desenvolvimento social e religioso, reconhecida pela Comissão dos Direitos Humanos da ONU.

O advogado Arão Tempo, que diz que muitos deles foram torturados, desconhece por agora os crimes de que são acusados.

A reunião pretendia apresentar a Conacce Chaplains pretende instalar-se em Angola.

Nesse sentido, tem prevista uma reunião de formação de potenciais membros para Julho, mas, devido à proximidade de Brazzaville, onde vive os promotores destacados para o efeito, organizou um encontro em Cabinda com membros da sociedade civil e religiosos.

"Era para apreentar a organização Conacce, preparar o pessoal que está interessado em formação, capelães, juízes de paz, membros da Conacce, foi esta a informação que nos estava a ser transmitida, mas não se sabe qual era a informação que os serviços de inteligência de Angola receberam, invadiram o colégio num aparato de nove carros, lotados com vários homens da polícia e detiveram brutalmente todos que estavam lá", conta à Voz da América, Jeovanny Ventura, um dos presos entretanto libertado.

Ele acrescenta que também foram presos o dono do colégio, o director, um segurança e dois vizinhos que se aproximaram ao ver o aparato policial, mas dias depois, 34 pessoas foram libertadas, enquanto oito continuam detidas, entre elas dois da RDC.

O advogado dos detidos, Arão Tempo, diz que foram torturados, e que oito estão no tribunal nesta quinta-feira.

"Quando foram detidos foram espancados, sofrendo tortura, ficando de calções, outros sem camisa e agora estão a ser ouvidos, havendo ainda uma acareação que será feita", explica.

Questionado sobre os crimes de que são acusados, Tempo afirma que até agora "não está a entender que tipo de crimes, mas o procurador disse que um deles, que é o capelão (da RDC) é por exercício ilegal da profissão, mas não levantaram a questão da imigração ilegal".

Aquele advogado promete mais informações depois da audiência.
A Voz da América não conseguiu falar com a Conacce Chaplains que pode pronunciar-se depois, nem com o Serviço de Investigação Criminal.

Fórum

XS
SM
MD
LG