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Hospital Central da Beira: Utentes exigem ao Governo diálogo com médicos grevistas


Moçambique, Hospital Central da Beira
Moçambique, Hospital Central da Beira

A paralisação dos médicos, enfermeiros e técnicos de medicina está a gerar embaraço nos serviços do Hospital Central da Beira (HCB), em Sofala, levando os utentes a exigir que o Governo tenha um diálogo com os grevistas, de modo a evitar caos.

Os grevistas exigem a melhoria de condições de trabalho e salários condignos, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial na função pública. As negociações não estão a resultar.

Hospital Central da Beira: Utentes exigem ao Governo diálogo com médicos grevistas
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No HCB, que serve as províncias de Tete, Manica e Sofala, os pacientes vivem momentos difíceis, uma vez que apenas têm acesso a serviços mínimos, mesmo nos casos em que os funcionários estão nos seus postos de trabalhos.

O cenário é de filas longas, morosidade nas consultas externas e de adiamento de cirurgias, excepto as de urgência.

"A situação de atendimento é péssima; fui a última a pessoa a ser atendida às 11 horas e outros foram ordenados a voltar a casa e que seriam atendidos amanhã. Gastaram com a passagem, alguns vivem longe", lamenta o utente Hortêncio Magumba.

Magumba pede ao Governo para assumir a responsabilidade de dialogar visando encontrar soluções das reivindicações da classe médica, porque o povo merece o tratamento de qualidade.

Desespero

Para Maria Lurdes, internada com o filho na ala pediátrica, o desespero é maior.

"Os enfermeiros estão a vir ao hospital todos dias, mas nada estão a fazer. Estamos a pedir socorro, que o Governo veja essa situação, porque nós povo é que estamos a sofrer”, diz.

Desde que iniciou a greve, em Julho, 70 dos 192 médicos afectos no HCB não se fazem ao trabalho, segundo o director da instituição, Nelson Mucopo, que procura minimizar o impacto da greve.

"As actividades clínicas estão a decorrer normalmente, mas nos preocupa a sala de reanimação ou sala de cuidado intensivo de adulto e sala de oftalmologia, onde tivemos muitas ausências”, diz Mucopo.

Ele realça que “ isso não afectou o funcionamento, não encerramos este serviço, conseguimos mobilizar pessoal de outros sectores para poder fechar, as actividades estão a decorrer, é verdade que os colegas estão sobrecarregados".

Mucopo afirma que se identifica com a causa dos colegas, mas condena o facto de não olharem para o sofrimento da população.

Recorde-se que o presidente da Associação Médica de Moçambique, Milton Titia, disse que se as ameaças do Governo se efectivarem, todos os serviços de saúde serão encerrados no país, incluindo os privados, em jeito de solidariedade.

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