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Guiné-Bissau: Força de estabilização da CEDEAO deve ser anunciada em breve


CEDEAO no processo eleitoral em Bissau para as eleições gerais de 13 de Abril de 2014
CEDEAO no processo eleitoral em Bissau para as eleições gerais de 13 de Abril de 2014

Hamidou Boly, novo representante da organização em Bissau, diz que decisão será tomada na próxima semana pelos chefes de Estado-Maior da CEDEAO

Os chefes de Estado-Maior da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) devem decidir na próxima semana a composição e a data do envio da força militar de estabilização do bloco regional que vai ficar na Guiné-Bissau para, segundo o Presidente da República, assegurar as próximas eleições.

A informação foi avançada pelo novo representante da CEDEAO em Bissau na sexta-feira, 8, após apresentar as cartas credenciais ao Presidente Umaro sissoco Embaló.

“A força de estabilização vai chegar em breve à Guiné-Bissau. Apenas estamos à espera da missão de chefes de Estado-Maior da CEDEAO na próxima semana para analisar a situação para depois decidir a data", afirmou Hamidou Boly, sem dar mais detalhes.

O diplomata do Burkina Faso substitui Emmanuel Ohim, do Benin, que representou a CEDEAO por quase três anos em Bissau.

A força de estabilização foi aprovada na Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada a 3 de Fevereiro, em Accra, Gana, dois dias depois de uma alegada tentativa de golpe de Estado em Bissau.

O Presidente da República disse, na altura, que a tantativa foi abortada e desde então várias pessoas foram detidas, algumas delas, segundo Umaro Sissoco Embaló, próximas do antigo chefe da Marina, Bubu Na Tchuto.

Dois meses depois, uma investigação anunciada pelas autoridades civis e militares ainda não apresentou qualquer conclusão e os detidos não foram apresentados à justiça, o que tem motivado muitas críticas por parte da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

PAIGC critica

O PAIGC, na oposição, através do seu presidente, rejeitou a força de estabilização sem a aprovação da Assembleia Nacional Popular e pediu aos demais partidos do Espaço de Concertação Política que façam o mesmo.

“Devemos dizer à CEDEAO, de forma muito clara, que temos uma Constituição da República na Guiné-Bissau que indica que é a Assembleia Nacional Popular, entidade competente, em nome do povo guineense, para pedir um eventual apoio de uma força estrangeira e definir a sua missão e seu mandato. Enquanto este pedido não for feito, devemos nos levantar todos para convocar a nação guineense e dizer não à entrada de qualquer força estrangeira na Guiné-Bissau, sem autorização da Assembleia Nacional Popular”, disse Domingos Simões Pereira numa conferência de imprensa a 9 de Fevereiro, na qual desafiou as formações políticas UM, APU-PDGB, PCD, PSD, Manifesto do Povo e MDG a assumirem essa posição.

Simões Pereira, que afirmou acreditar que a CEDEAO ouvirá “a voz do povo”, lembrou que uma força estrangeira é solicitada “quando acontece alguma coisa no seu país e reconhece que a sua força armada não tem capacidade para controlá-la”.

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