O Governo moçambicano promete esclarecer, oportunamente, a alegada investigação de que está ser alvo por um painel de especialistas independentes da ONU, sobre umaprovável violação do embargo das sanções impostas contra a Coreia do Norte.
Ao reagir à notícia posta a circular nos últimos dias, a porta-voz do Conselho de Ministros, Ana Comoane, nesta terça-feira, 12,confirmou a existência de uma comissão de peritos a trabalhar no assunto e prometeu cooperação do governo.
"O Governo vai trabalhar com a comissão de peritos constituída para perceber melhor quaisquer questões que se possam suscitar e, em devido esclarecimento em momento oportuno", revelou Comoane no final da sessão seminal do Conselho de Ministros.
A porta-voz não quis avançar mais detalhes sobre o assunto, tendo apenas vincado que, como país, Moçambique é signatário de várias convenções da ONU e do Conselho de Segurança e assegura que o Governo tem trabalhado para assegurar a implementação dos tratados de que é parte.
Coloane realçou ainda o princípio constitucional do país, que "defende o desarmamento universal de todos os Estados".
O analista e comentador moçambicano, Ericino de Salema analisou as acusações e, apesar de dar benefício da dúvida ao Governo, diz tratar-se de uma situação delicada para o país.
“Quando há um embargo a um certo regime, em sede do direito internacional, imposto pelos mecanismos das próprias Nações Unidas, é mesmo preocupante que um país como o nosso seja citado como tendo desrespeitado aquilo que se estabeleceu, sob forma de embargo”, advertiu Salema, sugerindo depois, uma “investigação profunda ao nível interno para apurar a situação e punir eventuais responsáveis”.
O analista conclui dizendo que se as acusações forem confirmadas a imagem do país junto da comunidade internacional fica “muito complicada”.