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Governo moçambicano criticado por adquirir avião em tempo de crise


 PR Filipe Nyusi ao centro, PM Carlos Agostinho do Rosário, esq, Min Econ Adriano Maleiane.
PR Filipe Nyusi ao centro, PM Carlos Agostinho do Rosário, esq, Min Econ Adriano Maleiane.

O jornal britânico Daily Mail diz que o Chefe de Estado moçambicano gastou 9.2 milhões de dólares na compra de um avião de 14 lugares.

Alguns analistas criticam a política de austeridade do governo moçambicano, que numa situação de crise económico-financeira, agravada pelas chamadas dívidas ocultas, adquire um avião para o Presidente da República.

Governo moçambicano criticado por adquirir avião em tempo de crise
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O jornal britânico Daily Mail diz que o Chefe de Estado moçambicano gastou 9.2 milhões de dólares na compra de um avião de 14 lugares, que foi usado por Filipe Nyusi na sua recente deslocação ao Zimbabué, para a investidura do Presidente Emmerson Mnangagwa.

Zimbabué tem novo presidente, Mnangagwa
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O Governo confirmou a compra do avião pela companhia Linhas Aéreas de Moçambique-LAM, mas diz que o mesmo se destina ao segmento executivo da sua subsidiária, a Mex.

O sociólogo Francisco Matsinhe diz que a posição do Governo não é convicente, porque "a percepção dos cidadãos é que o avião foi comprado para o Presidente da República".

Matsinhe afirmou ainda que "existe um avião que foi adquirido há cerca de cinco anos, destinado ao Ministério da Defesa Nacional e que o Presidente Nyusi tem usado nas suas deslocações, pelo que comprar um segundo avião é um absurdo".

Para o académico, o país tem outras prioridades, afirmando não perceber porque comprar esse avião agora, "se em 2018, por falta de recursos financeiros, o Governo vai recrutar apenas 5.000 professores, quando em média são contratados entre 8.000 e 10.000 professores/ano".

Para o director executivo da Associação do Jornalismo Judiciário, o jurista Armando Nenane, comprar um avião de luxo num momento de crise, "é exemplo da má governação".

Entretanto, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, confirmou a compra do avião, mas esclareceu que o mesmo tem propósito específico em voos executivos, "cujo segmento se está a mostrar bastante atractivo".

O governante disse que a aeronave foi adquirida para fins comerciais, "pelo que a Presidência da República pode ser um cliente atractivo para o segmento de negócios da subsidiária da LAM".

Mesquita afirmou ainda que o avião foi adquirido com o objectivo de "minimizar o défice na frota da LAM, para atender à crescente demanda e a estratégia operacional, bem como para a empresa se posicionar num mercado cada vez mais competitivo, em um espaço aéreo liberalizado".

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