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Governo moçambicano promete auditoria independente para avaliar Tabela Salarial Única


Adriano Maleiane, primeiro-ministro de Moçambique
Adriano Maleiane, primeiro-ministro de Moçambique

Cenários de greves levam o Governo a responder perguntas no Parlamento

No meio de ameaças de greve, o Governo moçambicano foi ao Parlamento responder a perguntas sobre a polémica Tabela Salarial Única (TSU) na função pública.

O Executivo reconheceu alguns erros, mas frisou que algumas reclamações têm como base as expectativas que os funcionários vinham criando em torno da tabela.

Em ambiente de tensão entre as bancadas, a Assembleia da República discutiu nesta quarta-feira, 9, a iminente paralisação da Função Pública, por conta de greves anunciadas em quase todos os sectores devido ao desconforto causado pelo novo sistema de remuneração em vigor desde o mês passado.

Alarmado com os cenários, a oposição considera que “as trapalhadas da Tabela Salarial Única são o reflexo da incompetência do Executivo” e pedem que haja responsabilização.

“O povo moçambicano, em particular os visados, esperam que os ministros responsáveis por esta situação sejam demitidos”, disse José Manteigas, deputado da bancada parlamentar da Renamo.

A bancada da Frelimo , no poder, considera que os posicionamentos da oposição são apenas tentativas de aproveitamento político.

“Esta tabela que hoje voltamos a discutir já esteve por duas vezes aqui no Parlamento e foi aprovada por consenso de todos, pelo que o que está hoje a acontecer é apenas uma tentativa de aproveitamento político por parte de alguns partidos”, disse o deputado Moreira Vasco, da bancada da Frelimo.

Gestão de expectativas

A troca de farpas entre as bancadas foi assistida por membros do Governo, representado pelo primeiro-ministro, Adriano Maleiane, e pelo ministro da Economia e Finanças Max Tonela, que responderam a algumas questões em torno da polémica tabela.

Tonela reiterou que tudo está a ser feito para evitar as greves e deu a mão à palmatória sobre algumas questões reivindicadas pelos funcionários públicos.

“Notamos que parte delas são válidas e facilmente sanáveis, mas outras, resultam de expectativas que vinham sendo criadas desde o início do processo”, afirmou o governante.

No meio das respostas, Tonela anunciou que, terminada a correcção de todas as incongruências, será feita uma auditoria independente para fazer a avaliação de todo o processo de enquadramento.

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