Moçambique vai disponibilizar, a curto prazo, 100 megawatts à África do Sul, para minimizar a crise energética que aquele país vizinho enfrenta.
O negocio não é bem visto por muitos moçambicanos porque a relação entre a vizinhança não tem sido pacifica, sobretudo nos últimos três anos.
O anuncio da disponibilização da energia foi feito pelo ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, que se deslocou a Pretória para negociações sobre o assunto com o ministro sul-africano na Presidência para Energia Kgosientsho Ramokgoba.
Zacarias explicou que, entre as soluções a curto prazo em discussão, inclui-se o fornecimento rápido de 100 megawatts, “que serão, naturalmente sujeitos à aprovação, e a médio prazo, a entrada em operação de alguns projectos que nós temos em Maputo, Ressano Garcia e Temane, e a longo prazo, o projecto de Mpanda Nkuwa..
Entretanto, para o analista político Moises Mabunda, a disponibilização de energia ao vizinho “é um gesto de solidariedade para com aquele país, que está a passar maus bocados por falta de electricidade.
Mabunda entende também que o negócio não está a ser bem visto porque nos últimos três anos a relação entre os dois vizinhos não tem sido pacifica, anotando que “ainda na semana passada, moçambicanos foram expulsos do Soweto”.
“Há a sensação, que é real, de que as autoridades sul-africanas estão a fazer pouco para evitar que os moçambicanos sejam mal tratados na África do Sul, a questão da rota de Durban não está resolvida porque os moçambicanos ainda não podem viajar livremente para aquela cidade e nas últimas semanas são recorrentes as informações de sul-africanos que expulsam os nossos cidadãos”, sublinhou aquele analista.
Moçambique, praticamente auto-suficiente em energia eléctrica, está a investir na construção duma barragem hidreléctrica sobre o rio Zambeze, centro do pais, avaliada em cerca de 4, 5 mil milhões de dólares e com capacidade para produzir 1500 megawatts.
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