Os confrontos no passado dia 30 de Janeiro no Cafunfo que resultaram em várias mortes estão a levar as autoridades angolanas a prestar atenção às queixas e denúncias de longa data sobre a situação naquela vila da província da Lunda Norte em termos de governação e da actuação das forças de segurança.
O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, deslocou-se a Cafunfo e por agora a localidade será elevada ao estatuto de comuna, dando-lhe assim uma administração civil.
Isto ao mesmo tempo que foram anunciados projectos de infra-estruturas ao abrigo do Programa de Intervenção Integrado nos Municípios (PIIM).
O ministro Laborinho disse ser necessário um diálogo entre a polícia e os residentes.
A polícia, acrescentou, deve “procurar em primeira instância exercer o acto pedagógico, um acto educativo, sensibilizar a população”.
O governador lembrou que “há muitos interesses em jogo, há muitos estrangeiros, uma área diamantífera, uma área mineira e pelo facto concorrem muitos estrangeiros, daí alguns comportamentos que não são nossos”.
O comandante da esquadra da Polícia Nacional em Cafunfo, inspector-chefe Felisberto Bento, disse que o diálogo “é um trabalho que temos levado a cabo com as autoridades tradicionais, com as autoridades eclesiásticas e com as franjas juvenis que vivem aqui no sector de Cafunfo pelo qual temos sido ouvidos”.
“É só para notar que a situação está controlada”, sublinhou.
Por seu lado, o governador da Lunda Norte Ernesto Muangala aproveitou a visita do ministro Laborinho para dizer que o trabalho do seu pelouro está virado para a criação de condições para elevar Cafunfo à categoria de comuna “para que do ponto de vista político-administrativo, tenhamos aqui autoridades civis para que a população não recorra de tudo que lhes surge às autoridades militares e paramilitares”.
Muangala afirmou que está já em construção “o Instituto Médio de Saúde com 16 salas e laboratórios, também no âmbito do PIIM, assim como já iniciou a obra de terraplanagem do troço Cuango–Cafunfo–Loremo, o maior projecto da província da Lunda Norte avaliado em dois mil e 100 milhões de kwanzas”.