A consulta pública sobre o pacote legislativo das autarquias anunciadas para 2020 iniciada a 1 de Junho passado não vai mudar nada em relação à ideia do Governo sobre o processo, disse o conhecido activista e clérigo Jacinto Pio Wakussanga.
O Padre Wakussanga fez notar que a Constituição da República de 2010 e a actual lei de terras foram aprovadas a contento do Governo, mesmo depois de consultas públicas.
"Para nós, consulta pública significava primariamente consultar aqueles que detêm a soberania que é o povo e o povo não é só o grupo de intelectuais que se pronunciam”, disse.
“O povo é sobretudo, a grande camada que se encontra em várias zonas do país sobretudo no interior onde as autarquias vão fazer uma grande diferença”, acrescentou o activista que disse ter “dúvidas que desta vez será diferente, infelizmente será a mesma coisa».
Opinião diferente tem o presidente do Conselho Interprovincial da Ordem dos Advogados na Huíla, Namibe e Cunene, Teotónio Londa.
O jurista acredita que da consulta sairão contribuições que vão melhorar o documento final.
«Não acredito que seja uma questão de imposição é uma questão sim de olharmos para a proposta discutirmos aquilo que deve ser discutido melhorar-se a proposta e assim voltar novamente a Assembleia», afirmou Londa.
O debate em torno das autarquias em Angola continua a diversos níveis.