No seguimento do discurso utilizado na altura da campanha eleitoral, o governador provincial de Benguela, Rui Falcão, voltou a falar de combate à corrupção, agora com referência ao que chama de ‘’vício de gestores públicos’’ que deve ser combatido pelas vias “pedagógica, coerciva e punitiva”.
Falcão disse que “estão a ser adoptadas medidas que visam uma melhor coordenação e controlo da actividade de todos para uma melhor gestão da coisa pública”.
“O combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e à fuga de capitais está na agenda, devendo merecer medidas a muito curto prazo”, afirmou o governador para quem as pessoas envolvidas em corrupção “dificilmente se vão reeducar sem medidas pedagógicas, punitivas e coercivas capazes de os fazer desistir dos vícios’’.
Em reacção, o analista político José Cabral Sande, nada surpreendido com as declarações, diz que Rui Falcão não faz mais porque estará a ser travado pela bicefalia que, segundo vários observadores, divide João Lourenço e José Eduardo dos Santos, Presidentes da República e do MPLA
‘A bicefalia fez com que o poder presidencial se afastasse do poder partidário de forma visível e, julgo, o governador Rui Falcão não quer fazer pronunciamentos em tecto falso, num terreno com o de Benguela, que já viveu situações do género’’, disse Cabral Sande.
Recentemente, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) chamou a imprensa para negar informações segundo as quais a generalidade de gestores públicos da província de Benguela estaria a contas com a justiça.
Directores e administradores, conforme as informações, estariam a ser chamados devido a suspeitas de crime de peculato e venda de terrenos.