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Golpe militar na Guiné-Bissau


A Guiné vive anos de instabilidade política devido a golpes militares e tráfico de narcóticos. Em 2009, o presidente Nino Vieira e o chefe militar Tagmé na Waie foram assassinados, em aparentes ajustes de contas (foto de arquivo)
A Guiné vive anos de instabilidade política devido a golpes militares e tráfico de narcóticos. Em 2009, o presidente Nino Vieira e o chefe militar Tagmé na Waie foram assassinados, em aparentes ajustes de contas (foto de arquivo)

Após duas horas de tiroteio em Bissau militares controlam as ruas. Rádios encerradas. Desconhecido o paradeiro de Carlos Gomes Júnior.

Os militares da Guiné-Bissau assumiram o controle da capital após duas horas de tiroteio e o silenciamento das estações de rádio.

Não é claro quem eram os participantes directos no tiroteio e o Hospital Simão Mendes não registou a entrada de mortos ou feridos, até ao fim da noite.

Desconhece-se o paradeiro de Carlos Gomes Júnior, até recentemente Primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das eleições presidenciais de 18 de Março, assim como o do Presidente interino, Raimundo Pereira.

Após o tiroteio, que semeou o pânico na cidade, os militares tomaram o controle das ruas da capital, incluindo a Rua dos Combatentes da Pátria, onde reside Carlos Gomes Júnior (e se localiza a embaixada de Angola) assim como o quarteirão da Presidência da República.

As embaixadas estão cercadas pelos militares, mas o embaixador português, citado pela agência Lusa, dise que "ninguém foi incomodado".

O golpe foi desencadeado após uma conferência de Imprensa de Kumba Ialá, candidato derrotado na primeira volta das presidenciais, em que este insistia que não haveria campanha para a segunda volta, marcada pela CNE para 29 de Abril.

"Nós já dissemos que não haverá campanha para ninguém, já afirmamos e repetimos várias vezes que não haverá campanha a nível nacional. Caso vier alguém a fazer campanha a responsabilidade será desse alguém e as consequências serão dessa pessoa, porque eles sabem que não há condições para que ninguém faça campanha", disse Ialá.

Os militares, chefiados pelo Chefe do Estado Maior, António Indjai, apoiaram, desde o início, a revolta dos candidatos derrotados contra Carlos Gomes Júnior, assim como a pressão para a retirada dos militares angolanos, que a hierarquia castrense responsabilizava por interferência nos assuntos guineenses. Os angolanos deram guarida a Carlos Gomes Júnior numa recente sublevação militar

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