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General Dino citado no caso de imóveis construídos com fundos públicos


Kilamba Kiaxi, Luanda
Kilamba Kiaxi, Luanda

General Dino nega alegações e diz que reportagem da TPA atenta contra os direitos ao seu bom nome e honra

O nome de Leopoldino do Nascimento “Dino”, e de “outras altas patentes que lhe são próximas”, figura entre os suspeitos de serem os “ beneficiários últimos” dos imóveis arrestados pela Procuradoria-Geral da República, avaliados e mais de 500 milhões de dólares.

A Televisão estatal angolana cita fonte da PGR como tendo revelado que o general “Dino” e pares poderão ter usado os nomes dos cidadãos “sem qualquer historial no mundo de negócios” para servirem de testas de ferro como sócios da empresa CIF-Angola (de direito angolano).

Segundo a fonte, a PGR trabalha para identificar os verdadeiros sócios, angolanos e chineses, das duas empresas que detinham a posse dos imóveis construídos com fundos do Estado.

Os angolanos Fernando Gomes dos Santos e Samora Borges Sebastião Albino, antigo responsável da TV Zimbo, são os únicos identificados como accionistas da empresa China International Fund Angola (CIF).

Mas a PGR acredita que estes sejam apenas “testas de ferro” dos imóvies das duas centralidades, que a PGR passou a designar por “cidades fantasmas” - admitindo instaurar um processo crime contra os verdadeiros beneficiários do negócio.

Os visados poderão ser acusadosde corrupção, burla e falsificação de documentos, tráfico de influência, entre outros crimes.

Quanto à China International Fund Hong Kong, a fonte da PGR informou que decorrem trâmites para averiguar a real titularidade, que deve ser responsabilizada criminalmente.

Os imóveis construídos com fundos públicos e apreendidos pelas autoridades angolanas, no Zango Zero e Kilamba, estão avaliados em mais de USD 532 milhões e 302 mil, soube-se de fonte oficial.

O valor corresponde aos mais de mil imóveis inacabados, edifícios, estaleiros e terrenos, na urbanização Vida Pacífica (Zango Zero) e no Kilamba, apreendidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na última terça-feira.

A PGR estará a avaliar outros projectos construídos com fundos públicos, segundo a fonte.

Entretanto, o general Leopoldino Nascimento, ex-chefe de Comunicações do ex-presidente, José Eduardo dos Santos negou que seja proprietário pessoal de qualquer um dos imóveis citados”.

Numa nota de esclarecimento enviada às redacções,o general “Dino” refere que “a notícia da TPA não corresponde com a verdade dos factos e atenta contra os direitos ao bom nome, honra e verdade do visado”.

Esta não é, no entanto, a primeira vez que general Dino é mencionado num caso de corrupção, sendo que o seu nome aparece várias vezes na investigação Luanda Leaks, levada a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que o liga aos negócios de Isabel dos Santos.

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