O ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo, acusado de crimes contra a humanidade cometidos durante a crise pós-eleitoral compareceu , esta semana, pela primeira vez, perante o Tribunal Penal Internacional.
A audiência foi presidida pela juíza argentina Silvia Fernandez de Gurmendi, em Haia, na sede do Tribunal Penal Internacional . O ex-presidente costa-marfinense de 66 anos, foi o primeiro chefe de Estado a ser levado à barra daquele tribunal, que começou a funcionar em 2002.
Laurent Gbagbo, de 66 anos, é suspeito de ter sido "co-autor indirecto" de crimes contra a Humanidade em resultado de actos de violência ocorridos após as eleições na Costa do Marfim, designadamente assassínio, violação, actos desumanos e perseguições cometidos por forças que o ex-presidente dirigiu entre 16 de Dezembro de 2010 e 12 de Abril de 2011.
A recusa em ceder o poder ao vencedor, o seu rival e actual presidente Alassane Ouattara, mergulhou a Costa do Marfim numa guerra civil da qual - segundo estimativas da ONU - terão resultado cerca de três mil mortos.
A juíza Sílvia Fernandez de Gurmendi anunciou que as audiências de confirmação das acusações para decidir um eventual julgamento do antigo presidente da Costa do Marfim começarão a 18 de Junho de 2012.
Calton Cadeado, bolseiro da Rutgers University, analista e investigador do Departamento para a Paz e Conflitos do Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique,comenta as implicações do julgamento de Laurent Gbagbo.