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Gastar milhões para a reintegração de ex-deputados e governantes “é um roubo legalizado”, diz Adriano Nuvunga


Adriano Nuvunga
Adriano Nuvunga

Mais de dez milhões de dólares serão gastos pelo Estado moçambicano no pagamento do subsídio de reintegração de ex-deputados e governantes, mas a sociedade civil promete uma ação judicial para declarar a sua inconstitucionalidade.

Gastar milhões para a reintegração de ex-deputados e governantes “é um roubo legalizado”, diz Adriano Nuvunga
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Adriano Nuvunga, investigador e diretor do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), diz que os subsídios de reintegração dos antigos deputados e governantes representam “um roubo legalizado”.

“Isto é um roubo legalizado. É mostrar à sociedade moçambicana que o Estado está a ser espoliado”, diz o ativista.

A aprovação de tais subsídios acontece numa altura em que foram suspensas as negociações para a revisão de salários mínimos, devido ao impacto da pandemia da Covid-19.

“Como é que é possível suspender o aumento do salário mínimo para os trabalhadores, para aqueles que geram rendimentos, para o povo que é patrão do presidente, mas eles aumentam para eles próprios?”, questiona Adriano Nuvunga.

Nuvunga diz que “a ação que nós estamos a iniciar é de declaração de inconstitucionalidade do dispositivo legal que permitiu isto”.

Ele acrescenta que no caso de “no caso dos deputados nem há enquadramento legal, todo o subsídio de integração não tem que ser um bônus, tem que resultar das contribuições que os deputados fizeram”.

Deputados defendem o subsídio

Porém, os deputados da Assembleia da República, Feliz Silvia, da Frelimo; e António Muchanga, da Renamo, consideram estes subsídios legais.

Silvia diz que “estes subsídios estão numa rubrica que se chama encargos gerais do Estado é para todos aqueles que têm direito por lei, incluindo o chefe do posto administrativo, administrador distritais, governadores, ministros e por aí em diante."

]“Eu, em 2009, quando deixei de ser deputado recebi subsídio de reintegração, em 2010, quer dizer não é coisa nova,” recorda Muchanga.

Mas para Silvério Ronguana, deputado do MDM, esta é uma oportunidade para se discutir a pirâmide salarial do país.

“Os moçambicanos já não estão satisfeitos nem com a pirâmide salarial; é preciso que se discuta de fato a pirâmide; é preciso que se discuta a questão das carreiras e remunerações, não só no governo e na Assembleia da República; é preciso que se discuta os privilégios e regalias”, comenta Ronguane.

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