Altos responsáveis em Washington estão a tentar evitar uma guerra crescente no Médio Oriente depois de o Irão ter lançado no sábado, 13, um ataque sem precedentes contra Israel com drones e mísseis explosivos.
“É necessário que haja algumas consequências aqui”, disse um alto funcionário dos EUA em conversa com repórteres na tarde deste domingo, 14, sob a condição de não ser identificado.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, na sua última conversa com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na noite de sábado, “deixou muito claro ao primeiro-ministro que temos de pensar cuidadosa e estrategicamente sobre os riscos de escalada”, disse a Casa Branca, lembrando que o ataque causou apenas danos leves e nenhuma vítima mortal.
As autoridades israelitas insistem que haverá uma resposta, mas o Gabinete de Guerra do país parece dividido sobre como e quando.
Se Israel retaliar, estará a fazê-lo sozinho.
“Não nos imaginaríamos participando em tal coisa”, respondeu o alto funcionário da administração quando questionado se os Estados Unidos participariam em qualquer resposta militar ao ataque iraniano.
Foi uma “conquista militar incrível” de Israel, dos Estados Unidos e de outros parceiros ao repelirem “mais de 300 drones e mísseis” lançados pelo Irão, segundo o porta-voz de segurança nacional do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
O Comando Central dos EUA afirma que suas forças, apoiadas por destróieres do Comando Europeu , no sábado e na manhã de domingo "pararam e destruíram com sucesso mais de 80 veículos aéreos não tripulados de ataque unidirecional (OWA UAV) e pelo menos seis mísseis balísticos destinados a atacar Israel.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em comunicado na noite de sábado, disse que as aeronaves e mísseis explosivos foram lançados dos territórios do Irã0, Iraque, Síria e Iémen.
“Apelamos o Irão para que interrompa imediatamente quaisquer novos ataques, incluindo das suas forças por procuração, e que diminua as tensões”, disse Austin.
O governante acrescentou que não procuramos entrar em conflito com o Irão, mas não hesitaremos em agir para proteger as nossas forças e apoiar a defesa de Israel.”
Ele falou por telefone no domingo pela terceira vez durante o fim de semana com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Neste domingo, o Presidente Joe Boden convocou uma videoconferência de com líderes das nações do Grupo dos Sete para coordenar uma resposta diplomática unida ao ataque iraniano.
“Com as suas ações, o Irão avançou ainda mais no sentido da desestabilização da região e corre o risco de provocar uma escalada regional incontrolável. Isto deve ser evitado”, afirmaram os líderes do G7 num comunicado do grupo divulgado após a reunião.
“Continuaremos a trabalhar para estabilizar a situação e evitar uma nova escalada. Neste espírito, exigimos que o Irão e os seus representantes cessem os seus ataques, e estamos prontos para tomar novas medidas agora e em resposta a novas iniciativas desestabilizadoras”, diz o comunicado.
O Presidente americano conversou por telefone com Netanyahu na noite de sábado para “reafirmar o firme compromisso da América com a segurança de Israel”.
Biden disse a Netanyahu, de acordo com relatos da imprensa, que uma vez que o ataque iraniano causou apenas baixas e danos mínimos, Israel não deveria retaliar o Irão.
Tanto Biden como o secretário de Estado, Antony Blinken, têm telefonado aos líderes da região para deixarem claro que, embora Washington não procure um confronto militar direto com Teerão, os Estados Unidos não hesitarão em continuar a defender Israel.
Na sexta-feira, 12, militares dos EUA começaram a transferir tropas e equipamentos extras para locais no Médio Oriente, onde tem 40.000 soldados na região.
Eleiçōes de novembro
A resposta da administração Biden ao ataque iraniano será de perto pelos seus opositores políticos, a menos de sete meses antes das eleições de novembro entre o atual Presidente e o seu antecessor republicano, Donald Trump.
No sábado, ao falar num comício em Schnecksville, Pensilvânia, Trump afirmou que o ataque “não teria acontecido se estivéssemos no poder”.
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