A Procuradoria da República na província do Niassa, no norte de Moçambique, disse ter sido detido Pedro Vicente, chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia no Niassa, acusado de ter roubado 85 pontas de marfim.
As peças foram depois apreendidas pelas autoridades do Camboja, em 2017.
O porta-voz da Procuradoria da República no Niassa, Francisco Albano, disse que Pedro Vicente se encontrava foragido em Maputo, acrescentando que com esta detenção está praticamente concluída a instrução preparatória do processo, que em breve será remetido ao tribunal.
Para o Ministério Público, Pedro Vicente é peça-chave no processo relacionado com o desaparecimento das 85 pontas de marfim dos armazéns dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia no Niassa, de que o arguido era chefe.
Refira-se que as pontas de marfim foram posteriormente apreendidas no Camboja, naquela que foi considerado a maior apreensão de sempre efectuada naquele país asiático.
Analistas dizem que a saída de elevadas quantidades de marfim colocou a nú as fragilidades de Moçambique em termos de fiscalização e protecção dos recursos faunísticos.
Eles sublinham ainda que a detenção daquele responsável não pode ser considerada um troféu de guerra porque o nível do tráfico de produtos da fauna é muito preocupante.