Uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá deslocar-se a Angola no próximo mês para discutir um programa de ajuda de três anos
Em conferência de imprensa nesta sexta-feira, 15, em Washington, a directora para África do FMI confirmou o início de negociações com Angola para “um possível programa (de ajuda) ao abrigo de fundos do Programa de Financiamento Ampliado”.
Atoinette Sayeh anunciou que uma missão do FMI vai a Angola em Maio e que, portanto, “é ainda muito cedo para dizer o que será esse programa”.
O pedido de ajuda foi recebido em Março e apenas agora começaram as negociações, segundo Saye.
Aquela responsável afirmou que Angola atravessa actualmente “tempos muito difíceis”, mas que o país “tem levado a cabo esforços para se ajustar a esse impacto”.
“Os seus esforços têm sido encorajadores, mas muito mais precisa de ser feito”, afirmou.
Na generalidade, um Programa de Financiamento Ampliado inclui medidas de politica económica e uma componente financeira, que é cedida à medida que as metas vão sendo cumpridas.
Por agora, desconhece-se o montante que Angola pretende receber ou necessita, mas uma fonte do FMI revelou que deverá ser “considerável”
Na totalidade, disseram fontes da organização, o país poderá precisar este ano de financiamentos de milhares de milhões de dólares e Angola tem já estado a recorrer à emissão de títulos do tesouro que, contudo, têm uma taxa de juro que ronda os 10 por cento ou mais, o que é considerado "insustentável a longo prazo".
Um estudo recente publicado no Wall Street Journal revelou que Angola poderá precisar de um financiamento total ( do FMI e de outras fontes) de 9 por cento do seu Produto Interno Bruto, ou seja oito mil milhões de dólares
Qualquer programa do FMI, consideram fontes bem posicionadas, terá que ser acompanhado de medidas duras de austeridade que deverão tornar 2016 num ano difícil para os angolanos.
Analistas da economia africana que participam nas chamas reuniões de Primavera do FMI afirmam que esse programa irá certamente incluir “mais pressões para mais transparência por parte do Governo.