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Filipe Nyusi diz que líder dos insurgentes é moçambicano


Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique

Num encontro com diplomatas estrangeiros, o Presidente moçambicano afirmou que ele é chamado espiritualmente de Abu Sorraca, mas o nome com o qual é mais conhecido é Bin Omar

O Presidente moçambicano disse que o líder dos insurgentes na província de Cabo Delgado é um cidadão nacional, chamado espiritualmente de Abu Sorraca, mas cujo nome com o qual é mais conhecido é Bin Omar.

A revelação foi feita por Felipe Nyusi nesta sexta-feira, 3, durante a cerimónia de saudação do corpo diplomático acreditado em Maputo ao Presidente da República, por ocasião do ano novo, na qual também ressalvou a necessidade de não ingerência dos governos noutros Estados.

“A nível nacional, o grupo é liderado pelo moçambicano de nome Abu Sorraca, como é espiritualmente agora tratado, mas o nome com o qual é mais conhecido é Bin Omar e assistido por cidadãos estrangeiros e temos nomes de tanzanianos que estão com ele”, afirmou Nyusi, quem garantiu que “os terroristas já não têm bases”.

“Actuam em pequenos grupos e têm merecido a devida resposta. Inquestionavelmente, a nossa estratégia está a trazer resultados animadores na reposição da paz e segurança no país, encorajando o retorno das populações deslocadas e na reconstrução do tecido social”, acrescentou Nyusi.

O Chefe de Estado reiterou que o seu Governo “continua a interagir com as companhias que operam no sector de gás na Bacia do Rovuma, com vista à retoma dos projectos iniciados, de modo a que os recursos existentes sejam transformados em riqueza e não em reservas internacionais e, desta feita, servir aos moçambicanos de hoje e de amanhã”, garantindo que "estamos a trabalhar para a criação do Fundo Soberano”.

Na conversa com os diplomatas, Felipe Nyusi disse esperar que o encontro fosse “para reafirmar o respeito mútuo pela soberania do país e integridade territorial”.

“Os meus embaixadores acreditados nos vossos países são instruídos e orientados a observar esse respeito. Segundo, que haja reconhecimento da igualdade entre os Estados, não há Estado pequeno nem Estado grande. Terceiro, que não haja ingerência nos assuntos internos. Os meus embaixadores estão totalmente instruídos a não meter-se na vida dos países onde se encontram; não ir onde não devem ir, não falar o que não devem”, afirmou.

O Presidente referiu-se ainda à entrada do país para o Conselho de Segurança da ONU, como membro não permanente e acrescentou que, ao assumir a presidência rotativa em Março, o tema será “o combate ao terrorismo e prevenção do extremismo violento, através do reforço da cooperação entre as Nações Unidas e os organismos e mecanismos regionais”.

Filipe Nyusi ainda abordou o processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração dos homens da Renamo, voltou a defender a discussão as eleições distritais em 2024 e pediu ajuda dos parceiros para a viabilização das eleições autárquicas deste ano.

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