As famílias dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule, assassinados em Maio de 2012 por agentes dos serviços secretos angolanos, receberam na sexta-feira, 27, um cheque de quatro milhões de kwanzas, por cada uma delas, por parte do Estado em cumprimento da decisão do tribunal em 2015.
Os irmãos de Isaías Cassule dizem que agora que têm os boletins de óbito vão exigir as ossadas das vítimas, enquanto os familiares de Alves Kamulingue não acreditam na aparição das ossadas.
Horácio Essuvi, tio de Kamulingue, aclara que o dinheiro da indeminização ainda não chegou às mãos das famílias porque o banco alega que são montantes muito elevados para serem entregues de uma só vez.
“São aquelas voltas, senhor jornalista, assim mesmo, vamos, volta amanhã para ver se é possível levantar o tal valor, etc.”, disse Essuvi.
Entretanto, Adão Cassule irmão de Isaías Cassule explica que tendo a conservatória da província do Bengo emitido o boletim de óbito “deve dizer onde estão as ossadas”.
“Nós vamos agora exigir o corpo dos nossos parentes, caso contrário vai dar mais confusão”, alertou Cassule.
Por seu lado, Horácio Essuv, não acredita na aparição das ossadas “porque quando se entrega o boletim de óbito é porque já não há nada a fazer com o corpo”.
Recorde-se que o Tribunal Constitucional absolveu em Setembro do ano passado, o antigo delegado do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado em Luanda, António Manuel Gamboa Vieira Lopes, do crime de ter dado a ordem para matar Alves Kamulingue, em Maio de 2012.