Dezenas de adultos e jovens do bairro Cazeta, nos arredores da cidade de Malanje, na província angolana do mesmo nome, sustentam as suas famílias com dinheiro do garimpo de pedras, devido à falta de empregos.
Alexandre António, tem 40 anos de idade, dos quais 15 a partir pedras para vender o monte a oito ou cinco mil kwanzas e sustentar a mulher e oito filhos.
Para juntar é necessário quase duas semanas, mas os rendimentos são visíveis.
“Consegui construir as nossas casas, (com) o restante [comprei] cadeiras, fogão e outros meios dentro de casa. Os rapazes vão mais à escola e nos sábados, final-de-semana se juntam ao trabalho”, conta.
Luciano Baptista, 27 anos de idade, dedica-se ao garimpo de pedras há 10 anos, e com o dinheiro garante o mínimo para a família.
“O Governo não consegue empregar muita gente, então, o que estamos aqui a fazer é o mínimo, apesar de não sair muito [dinheiro], mas dá para colocar as crianças na escola, o sustento básico e alimentação”, diz.
Baptista conta que para juntar uma carrada de 25 mil kwanzas deve trabalhar durante 22 ou 30 dias, faça sol ou frio.
“O que faço com o dinheiro das pedras é só para a barriga, porque aqui o dinheiro das pedras não chega para comprar nada. Vinte mil kwanzas, imagina as coisas estão muito caras vou fazer com ele o quê?”, questionou.
A ocupação de grande tempo na pedreira retira a juventude desempregada da ociosidade, ou do desejo de vida fácil, como é o caso de Miguel Muhongo, 26 anos, que se prepara para constituir família em breve.
“Trabalho aqui porque não tenho de momento onde ir trabalhar, como sou residente no bairro Cazeta e temos esse trabalho como ganha-pão, então, prefiro remediar aqui. Trabalho aqui quando consigo alguma coisa faço pequena coisa na lavra com um mil ou 1500 kwanzas que eu consigo”, acrescenta Muhongo.
O novo governador de Malanje, Marcos Nhunga, disse que o cultivo da terra pode criar centenas de postos de trabalho para a juventude.
“A agricultura familiar e empresarial também vai merecer alguma atenção do nosso lado. Podemos sim tornar Malanje num celeiro do país, temos potencialidades para o efeito, e também olharmos para aquilo que é a transformação do que se produz aqui na província de Malanje”, prometeu no início do seu mandato.
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