Economistas advertem que a situação dos angolanos mais pobres deverá deteriorar-se ainda mais, caso se confirme que bancos internacionais suspenderam a venda de dólares a bancos angolanos.
Na semana passada, o banco sul-africano Rand Merchant disse que iria suspender essa venda, depois de o Bank of America ter informado àquela instituição financeira sul-africana que deixaria de fornecer-lhes dólares com destino a Angola a partir do fim do mês.
Aquele banco comercial americano receia que esses dólares estejam a ser usados na lavagem de fundos e no financiamento de terrorismo
Economistas em Angola acreditam que se se confirmar esta medida, o impacto sobre os cidadãos nacionais pode ser nefasto.
Nesta segunda-feria, não se verificou grandes mudanças na operação da maioria dos bancos comerciai, em relação ao pagamento de dólares a clientes com contas em moeda estrangeira.
O BFA estava a restringir totalmente o pagamento em dólares a cidadãos nacionais, enquanto o Sol, o BAI e o Banco Económico estavam a limitar o pagamento de dólares a um valor máximo de 2500 por semana para cada cliente.
O economista Faustino Mumbica acredita que apesar da medida não afectar as transferências entre o país e o exterior, vai penalizar muito o cidadão.
"Não há duvidas que o pacato cidadão em Angola, para além das dificuldades que já vive vai ficar mais penalizado, já que os bens de primeira necessidade vão encarecer tendo em conta que o Governo e outras entidades vão ter dificuldades em importar produtos pela falta de dólares", disse Munbica.
O especialista em macro-economia Galvão Branco, por seu lado, defende a necessidade de se acabar com o vicio errado de se usar dinheiro físico e passar-se ao dinheiro electrónico.
"As transacções, quer de natureza pessoal quer de outro nível, devem passar para a via electrónica, para evitar que o dinheiro vá parar em mãos alheias como o branqueamento de capitais e o terrorismo", defendeu.
O Banco Nacional de Angola disse, entretanto, que a injecção de divisas nos bancos comerciais angolanos aumentou ligeiramente na última semana para 336 milhóes e 400 mil dólares sobretudo para garantir a compra de bens alimentares no exterior.
No mercado paralelo entretanto, o kwanza estava a ser transaccionado a 270 por dólar.