No coração da vibrante cultura moçambicana, dois nomes se destacam: Cristóvão Júnior, talentoso artista plástico de Chimoio, e Chantell Hassan, co-fundadora da promissora Kayisaana - Galeria de Arte na Beira. Enquanto Cristóvão é conhecido por suas obras provocativas, Chantell busca revigorar a arte local com sua galeria.
Em conversa com o Fala África VOA, ambos compartilham detalhes sobre seus recentes projetos, incluindo a exposição 'Primitivo' e a visão da Kayisaana.
Cristóvão, através de seus quadros inovadores, não se limita a deslumbrar o espectador, mas sim a instigar a reflexão e a ação. Por outro lado, Chantell, com a inauguração de sua galeria, deseja desempenhar um papel vital na promoção da rica tapeçaria da arte moçambicana.
A recente exposição de Cristóvão na Beira, intitulada 'Primitivo', não é apenas uma celebração da arte, mas também um testemunho da evolução do artista. Para ele, 'Primitivo' é uma mensagem de evolução e transformação. Reflete a mudança, o crescimento e, acima de tudo, a jornada do artista. E esta exposição é ainda mais especial porque marca a estreia da Galeria Kayissana.
Entre as 20 obras que estão em exposição desde o início do mês de outubro na galeria, está ‘A Luz Divina'. Com ela, Cristóvão expressa sua profunda crença no divino e explica: “É como se o menino estivesse a transcender da escuridão para a luz e ao mesmo tempo a olhar para o poder do divino”.
Chantell Hassan, ao falar sobre a origem da Kayissana, destaca a falta de espaços de exposição em Moçambique, particularmente para os artistas emergentes. Sua visão para a galeria vai além do convencional. Ela vê a Kayissana como um espaço multidisciplinar, um caldeirão de talentos locais onde artistas plásticos, músicos e performers podem se unir e celebrar a arte contemporânea.
No entanto, o compromisso de Cristóvão com a comunidade não se limita às exposições. Seu projeto, "Sábado Colorido", é uma iniciativa nobre para introduzir as crianças ao mundo da arte. Esta iniciativa não é apenas uma oportunidade de aprendizado para as crianças, mas também uma chance de nutrir a próxima geração de artistas moçambicanos.
“Fazemos um evento de sábado, duas vezes ao mês, onde abrimos espaço no meu ateliê durante três horas para o evento”, contou Cristóvão.
Para ele, a educação artística é o alicerce sobre o qual uma sociedade florescente é construída. Ele vê arte e cultura como instrumentos cruciais para o desenvolvimento e espera que sua iniciativa semeie a apreciação e valorização da arte nas mentes jovens, que são, afinal, o futuro da nação.
A contribuição de Cristóvão Júnior e Chantell Hassan para a arte moçambicana é inestimável. Eles não apenas estão enriquecendo o cenário artístico local, mas também pavimentando o caminho para as futuras gerações. Através dos seus esforços combinados, Moçambique está, sem dúvida, no limiar de uma era dourada da arte e cultura.
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