O exército libanês afirmou ter respondido a fogo israelita, pela primeira vez, na quinta-feira, 3, em quase um ano de combates entre Israel e o Hezbollah, depois de um segundo soldado ter sido morto por fogo israelita num dia.
“Um soldado foi morto depois de o inimigo israelita ter visado um posto do exército na zona de Bint Jbeil - no sul, e o pessoal do posto respondeu às fontes de fogo”, disse o exército num comunicado.
Um oficial militar, que pediu anonimato para discutir assuntos sensíveis, disse à AFP que esta foi a primeira resposta ao fogo israelita desde outubro passado, porque o posto tinha sido atingido “diretamente”.
Foi a terceira morte de um soldado libanês desde o início da escalada entre o grupo apoiado pelo Irão e Israel, a 23 de setembro.
Na quinta-feira, o exército tinha afirmado que “um soldado foi morto e outro ficou ferido em resultado de uma agressão do inimigo israelita durante uma operação de evacuação e salvamento com a Cruz Vermelha libanesa na aldeia de Taybeh”. A Cruz Vermelha libanesa declarou que quatro dos seus voluntários ficaram feridos.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse não acreditar em qualquer ataque israelita contra o Irão na quinta-feira, numa altura em que a região aguarda com tensão uma resposta ao ataque maciço de mísseis de Teerão contra Israel.
“Em primeiro lugar, nós não 'autorizamos' Israel, nós aconselhamos Israel. E não vai acontecer nada hoje”, disse Biden aos jornalistas na Casa Branca, quando lhe perguntaram se permitiria que Israel retaliasse contra o Irão.
Os habitantes de Beirute, capital do Líbano, começaram a recolher os escombros depois de um ataque israelita ter causado graves danos a edifícios no centro da cidade na madrugada de quinta-feira. Pelo menos seis pessoas morreram fruto de um ataque israelita no centro da cidade.
Hezbollah tenta travar entrada do exército israelita
O Hezbollah afirmou anteriormente ter combatido três tentativas de infiltração do exército israelita em território libanês, uma das quais não muito longe de Taybeh.
O grupo militante apoiado pelo Irão disse que “repeliu com fogo de artilharia uma tentativa de avanço das forças inimigas israelitas no Portão de Fátima” - um ponto no muro de cimento e arame farpado que corre ao longo da fronteira.
O Hezbollah afirmou ainda ter ativado “quatro engenhos explosivos” contra as forças terrestres israelitas que tentavam “infiltrar-se” perto das cidades de Maroun al-Ras e Yaroun.
O Hezbollah afirmou ter disparado uma saraivada de rockets, incluindo contra a cidade israelita de Tiberíades e uma base de indústrias militares na zona de Acre, em resposta aos bombardeamentos israelitas contra “cidades, aldeias e civis” libaneses.
Na segunda-feira, um soldado libanês foi morto num ataque israelita que tinha como alvo uma mota num posto de controlo na zona de Wazzani.
Desde o início dos confrontos, 1.974 pessoas foram mortas por fogo israelita, 127 das quais crianças, afirmou o ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad. 97 eram “paramédicos e bombeiros”. Mais de 9.350 pessoas ficaram feridas.
c/ AFP e Reuters
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