O expediente que tende a recolocar Venâncio Mondlane como cabeça de lista da Renamo para o município de Maputo continua, mas desde a semana passada que Hermínio Morais tem estado na rua a apresentar-se também como cabeça de lista, dando a entender estar-se perante um problema eminente entre os dois candidatos.
A Renamo já tem estado a apresentar, em sede daquilo que se pode chamar pré-campanha para as eleições municipais de 10 de Outubro próximo, o general Hermínio Morais como cabeça de lista para Maputo.
Algumas vozes dizem não perceber o objectivo central da continuação do expediente para recolocar Venâncio Mondlane como cabeça de lista, porque isso pode lançar alguma confusão aos membros e simpatizantes da Renamo e até a outras pessoas que tinham a intenção de votar na lista encabeçada por cada um deles.
Após o chumbo do recurso interposto pela Renamo ao Conselho Constitucional, sobre a candidatura de Venâncio Mondlane, Hermínio Morais fez-se à rua e tem estado a apresentar-se como cabeça de lista e pode ter-se criado já na esfera psicológica dele a expecativa de que ele é o cabeça de lista, colocando-se a questão de natureza lógica e política.
Para o analista António Boene, no meio disto tudo podem haver alianças estabelecidas entre a Renamo e Venâncio Mondlane, "porque a Renamo já se tinha conformado com o acórdão do Conselho Constitucional, mas pelos contornos da aliança firmada, era necessário ir até às últimas consequências, no mínimo, para deixar transparecer que a Renamo está interessada em cumprir os termos dessa aliança".
Entretanto, o jurista Abdul Carimo, que foi director da Unidade de Reforma Legal, diz que o Conselho Constitucional foi bastante legalista nas decisões que tomou sobre as candidaturas de Venâncio Mondlane e Samora Machel Júnior.
Na sua opinião, a lei eleitoral não pode ser interpretada sem ter em conta os princípios fundamentais da Constituição.