O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) está à beira da falência, de acordo com o presidente da instituição, Manuel Neto da Costa, citado pela Angop.
O BDA já perdeu 400 milhões de dólares e neste momentotenta recuperar pelo menos parte deste valor, para não cair em falência, depois de ter emprestado o equivalente a 900 milhões de dólares para projectos que, em cercad e 70 por cento, não deviam ser contemplados.
Economistas ouvidos pela VOA mostram-se divididos entre alguns que pensam que o BDA não vai falir e outros que acreditam que o BDA não devia existir.
O especialista em macroeconomia e projectos Galvão Branco entende que mesmo que o BDA não consiga recuperar o montante em causa não é o suficiente para que esta instituição caia na falência.
''O montante que foi anunciado de 400 milhões de dólares, mesmo que não seja recuperado, não vai impedir que o BDA continue a executar a sua missão de financiar projectos económicos com impacto no Produto Interno Bruto, como é o caso da agricultura”, diz Branco, lembrando que agora as regras e procedimentos serão muito mais apertados por forma a não repetir oque acontecer no passado.
Por seu lado, o economista e empreendedor Damião Cabulo acredita que a falta de transparência na gestão da instituição e a ausência de responsabilização aos incumpridores pode sim levar o BDA à falência.
Cabulo entende que o Estado também tem parte de culpa e explica as razões.
''Não há ambiente de negócios entre nós, um empreendedor vai investir num local onde não há, por exemplo energia elétrica ,e tem de recorrer a energia alternativa como os geradores, é claro que aumenta os custos do empreendedor que chega ao ponto de não suportar e cai em falência, sem poder honrar o compromisso de reembolso do crédito solicitado”, explica Cabulo que pede que sejam introduzidas melhorias para facilitar o investimento.
Outro argumento apresentado pelo economista Damião Cabulo para o não retorno dos investimentos do BDA é que maioria dos créditos é direcionada a falsos empreendedores “porque um verdadeiro empreendedor preocupa-se com o reembolso do crédito já que tem responsabilidades criminais caso falte ao compromisso assumido''