O Conselho Islâmico de Moçambique, com o apoio do Governo americano, está a desenvolver um projecto de promoção e defesa dos direitos humanos nas zonas afectadas por ataques armados que ocorrem em distritos do norte e centro de Cabo Delgado.
A iniciativa visa restabelecer a paz e a boa convivência social nas comunidades afectadas pela acção dos insurgentes.
O projecto consiste, fundamentalmente, na identificação e análise das fontes da instabilidade que origina a violação dos direitos humanos nas regiões centro e norte de Cabo Delgado.
Vários casos de violação dos direitos humanos nos distritos afectados têm sido denunciados por organizações de defesa e protecção de direitos do Homem, tanto moçambicanas como internacionais.
Centenas de pessoas morreram e várias outras ficaram feridas na sequência dos ataques, atribuídos a fundamentalistas islâmicos.
Entretanto, a Comunidade Islâmica de Moçambique diz que nada tem a ver com esses ataques, "porque a religião islâmica significa paz".
No acto de lançamento do projecto, o Governo americano esteve representado por Christopher Frifeld, alto funcionário da embaixada em Maputo, que destacou que Washington vai prestar apoio a comunidades das zonas afectadas por ataques armados, na prevenção de casos de violação dos direitos humanos.
Frifeld afirmou que para eliminar esses ataques, ”os responsáveis do Governo, os imanes, padres e líderes comunitários devem cooperar para identificar os perpetradores e levá-los à justiça".
Para o bispo da arquidiocese de Chimoio, Dom João Carlos, a igreja, particularmente a juventude católica, tem um papel fundamental na promoção da paz e dos direitos do Homem.
Entretanto, as autoridades dizem que apesar de alguns ataques, neste momento, a situação apresenta-se calma no norte de Cabo Delgado.