A falta de divisas em Angola continua a ser um problema sério para os angolanos que estudam fora do país. No caso de Carlos Sebastião João Nunes, aluno do curso de gestão e administração de empresas no Richfield Graduate Institute of Technology na Cidade do Cabo, África do Sul, o problema piorou com a entrada do Presidente João Lourenço.
“O dólar praticamente desapareceu,” relata.
Nunes diz que quem está a usufruir das trocas cambiais com um crédito mais baixo é a classe alta.
“As coisas para nós da classe média estão muito difíceis.”
Carlos Sebastião João Nunes passou a semana inteira preocupado e angustiado aguardando o dinheiro necessário para pagar a matrícula do seu curso de administração de empresas.
Finalmente teve uma boa notícia na Sexta, 9. Conseguiu receber 300 dólares, o equivalente a 150.000 Kwanzas.
A directora do instituto onde estuda já lhe informou que poderá fazer a matrícula do curso na Segunda-feira, 12, o mesmo dia em que começam as aulas. Com essa boa notícia, Nunes vai poder continuar em busca de realizar o seu sonho: estudar e voltar para Angola formado.
Para fazer uma comparação de como as coisas mudaram, Nunes lembra que antes da crise económica financeira 150.000 Kwanzas customavam comprar 1500 dólares.
No artigo publicado pela Voz da América no dia 7 de Outubro de 2017 o estudante contou que sacrifica quase tudo para poder estudar. A rotina dele é ir do instituto de tecnologia para casa e da casa para o instituto.
Nunes está consciente de que tem de procurar outros meios para se sustentar na África do Sul, mas como estuda das 8 às 16 horas sabe que isso fica bem difícil. Ele diz que poderia trabalhar como garçom, porém sabe que isso iria interferir com os estudos, já que não teria o mesmo tempo ou energia para dedicar-se à sua formação.
Confira a entrevista na íntegra.