Os Estados Unidos podem estar à beira de mais uma crise orçamental. Uma “super comissão” criada para reestruturar o orçamento de estado americano, e decidir cortes de 1,2 biliões de dólares, está num impasse.
Se esta comissão falhar, serão impostos cortes automáticos. O prazo para os trabalhos da comissão termina segunda-feira à noite. Mas de acordo com o jornal Washington Post, os membros da super comissão desistiram de chegar a um consenso e estão já apontar o dedo e a procurar bodes expiatórios.
Para equilibrar as despesas públicas (e controlar a dívida que financia o défice) é preciso um plano em que se aumentam as receitas do governo (através de novas receitas fiscais) e se limitam as suas despesas (através de cortes em prestações sociais).
Mas os democratas mostram reluctância em fazer cortes na assistência e os republicanos são contra o aumento dos impostos. Na semana passada a dívida pública atingiu os 15 biliões de dólares.
Na ausência de acordo, daqui a cerca de um ano entram em vigor reduções orçamentais automáticas, que penalizam, sobretudo as despesas militares e de segurança nacional.
Mas as implicações de curto prazo são significativas. Em primeiro lugar, as agências de notação podem desvalorizar a dívida americana, aumentando automaticamente as taxas de juro cobradas aos Estados Unidos para financiar o seu défice. E se aumentam as taxas de juro a dívida também aumenta. A expectativa de aumento da dívida já fez cair as cotações da bolsa em todo o Mundo.
Em segundo, há implicações políticas. A falta de acordo dará origem a várias crises políticas, a menos de um ano das eleições presidenciais.
Os republicanos tentarão responsabilizar Obama pelo agravamento da crise financeira, que por sua vez poderá provocar o aumento do desemprego.
Os democratas tentarão responsabilizar os adversários do presidente. E quanto os dois partidos não se entenderem, as coisas só podem piorar.
Comissão criada para o efeito não consegue acordo para cortes de 1,2 biliões de dólares na despesa pública