Brasil e Portugal são os países lusófonos melhores colocados no Índice de Escravatura Global 2016, divulgado pelo Walk Free Foundation.
O gigante americano ocupa o 151º. lugar com 161.100 “escravos modernos", com uma estimativa de 0,078% (161.100 pessoas) da população.
Mais abaixo vem Portugal, na 147ª. posição, com 0,123% da população e um estimativa de 12.800 escravos.
No relatório que analisa 167 países do mundo - São Tomé e Príncipe não foi citado - Angola surge, entre todos os países lusófonos, com a maior percentagem estimada de "escravos modernos", com 0,638% da população (159.700 pessoas).
A seguir, surgem a Guiné-Bissau, no 43º. lugar, com uma estimativa de 11.400 escravos (0,620% da população), Moçambique, no 66º. lugar, com 145 mil escravos (0,520%), Cabo Verde, na posição 85, com 2.400 escravos (0,453%), e Timor-Leste no 13º. lugar, com 350 escravos (0,286%).
Em todo o mundo, cerca de 46 milhões de pessoas vivem em situação de escravidão moderna.
Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão respondem por 58 por cento do total de “escravizados”, com a Índia largamente à cabeça, em termos absolutos, com 18,4 milhões de pessoas.
Entretanto, em termos proporcionais,a Coreia do Norte é o país que tem o pior índice.
O relatório acredita que uma em cada 20 pessoas encontra-se nessa situação.
Estudos citados pela organização mostram que a pobreza e a falta de oportunidade desempenham um papel importante no aumento da vulnerabilidade à escravidão moderna.
“Eles também apontam para desigualdades sociais e estruturais mais profundas que permitem que a exploração persista, como a xenofobia, o patriarcado, as castas e as discriminações de gênero”, diz o documento.
O presidente da Walk Free Foundation, Andrew Forrest, afirma que ao contrário das grandes epidemias mundiais, como a malária e a Sida, “a escravidão é uma condição humana criada pela própria humanidade e é preciso acabar com ela, não permitindo que as gerações futuras cedam a essa prática hedionda.”
O fundador da ONG afirma ainda que está nas mãos de líderes de todos os segmentos mudar esse quadro e apontam o dedo aos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Brasil, Itália, Rússia e Índia, que podem controlar a transparência da cadeia de produção de todos os bens e serviços importados ou vendidos em seus países.