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Em ano de eleições Obama quer mais justiça económica


Presidente Barack Obama quando proferia o discurso sobre o Estado da União. Atrás, estão o vice-presidente Joe Biden e o líder da Câmara dos Representantes, John Boehner.
Presidente Barack Obama quando proferia o discurso sobre o Estado da União. Atrás, estão o vice-presidente Joe Biden e o líder da Câmara dos Representantes, John Boehner.

Discurso sobre Estado da União apresenta novas propostas económicas destinadas à classe média

O presidente norte-americano Barack Obama usou o seu terceiro discurso sobre o Estado da União para apresentar novas propostas económicas que, afirmou, serão boas para todos e não apenas para os ricos.

O discurso sobre o Estado da União, teve lugar numa altura em que Obama se prepara para uma contenciosa campanha para as eleições presidenciais de 6 de Novembro.

Obama disse perante uma sessão conjunta do Congresso e milhões de pessoas via televisão que os seus planos visam “uma economia que esta construída para durar,” assente na indústria de manufactura, da energia, das capacidades dos trabalhadores americanos e do que descreveu como “renovação dos valores americanos.”

Disse que os Estados Unidos tanto podem “escolher ser um país onde um número cada vez menor de pessoas estão bem” enquanto um número crescente de pessoas tem “dificuldades de sobrevivência”… ou pode “restaurar uma economia onde todos têm uma oportunidade justa, onde todos fazem a sua parte e todos cumprem as mesmas regras.”

Obama advertiu os congressistas americanos que vai combater qualquer tentativa de regresso a uma economia que descreveu como “enfraquecida por trabalho subcontratado, dívida e falsos rendimentos financeiros.”

No discurso, que durou mais de uma hora, o presidente Obama prometeu actuar nos campos da criação de emprego, da educação, imigração, inovação e energia. Apelou também à eliminação de benefícios fiscais para os mais ricos, e disse que não desiste da regulamentação que impeça comportamentos irresponsáveis por parte dos operadores financeiros.

Obama pediu também ao Congresso que use o dinheiro poupado com o fim das guerras no Iraque e Afeganistão para pagar a dívida nacional e reparar infra-estruturas decadentes. Falou do sucesso naquelas guerras dizendo que os Estados unidos desferiram “ataques decisivos” contra os seus inimigos. Acrescentou que os operativos da al-Qaeda estão em “correria” sabendo que não podem escapar aos Estados Unidos.

O presidente destacou outros exemplos de liderança dos Estados Unidos no mundo, incluindo os esforços para responder ao programa nuclear do Irão. “Quem diz que a influência americana está a diminuir não sabe do que fala”, disse. Acrescentou que o mundo está a mudar mas que a América continua a ser “uma nação indispensável nos assuntos mundiais.”

Na resposta dos republicanos, o governador Mitch Daniels, do Indiana, afirmou que o presidente Obama adoptou o “extremismo”, com políticas “anti-crescimento e um plano para dividir os americanos em vez de os unir”. Acrescentou que a administração procurou obter o apoio de alguns americanos castigando outros.

Daniels disse que as políticas do presidente tornarão mais difícil o desenvolvimento de energia doméstica e criticou o cancelamento de planos para a construção de um “conduta perfeitamente segura” – que iria desde o Canada, atravessando os Estados Unidos, até à costa do Golfo do México, no Texas – que os apoiantes dizem iria gerar milhares de postos de trabalho. Obama recusou aprovar a conduta, pelo menos temporariamente, e opta por medidas destinadas a reduzir a poluição e as mudanças climáticas.

Daniels afirmou que a decisão se traduzirá em pagamentos mais elevados nas facturas dos americanos e não irá contribuir para melhorar a saúde humana ou estabilizar as temperaturas mundiais, e descreveu a decisão como “política pro-pobreza.”

Acrescentou que os republicanos preferem uma política pró-crescimento que apoia o sector privado e ajuda a restaurar as oportunidades para todos e gerar lucros públicos que paguem a divida nacional.

Durante os três anos de mandato de Obama, notou, registou-se uma “explosão dos gastos” que contribuiu para os triliões de dólares da divida nacional. A nação, frisou Daniels, está na via para uma situação estará radicalmente pior nos próximos anos. O governador republicano apelou a um sistema de impostos mais simples onde haja poucas formas de fugir ao pagamento de impostos e categorias de desconto mais baixas.

Os analistas vão agora prestar atenção ao efeito que o discurso terá nos índices de aprovação do presidente Obama, os quais, segundo a empresa de sondagens Gallup, se tem mantido à volta dos 44% este ano.

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