Analistas em Luanda consideram que os golpes de estados estão a confirmar o retrocesso dos processos democráticos em África. Para falar sobre o assunto, ouvimos o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António e o especialista em processos eleitorais, Luís Jimbo.
A suspensão da República do Gabão das actividades da União Africana e seus órgãos, bem como da Comunidade Económica dos Estados da África Central, até retornar à normalidade da ordem constitucional, foi uma das decisões tomadas pelos chefes de Estado, que estiveram reunidos na Guiné Equatorial para avaliar mais este caso político.
Longe de refletir uma solução para estabilidade naquele país, alguns especialistas em assuntos africanos, afirmam que as lideranças do continente têm se revelado incapazes de assumir pragmatismos nas suas posições e falta de moral política para alterar o rumo do continente e das suas populações.
A cimeira de Malabo, convocada na sequência do golpe de Estado ocorrido no Gabão a 30 de Agosto último e que depôs o Presidente eleito, Ali Bongo Ondimba, apelou à garantia da integridade física do líder deposto e sua família, assim como o asseguramento dos direitos fundamentais em todo o território nacional.
Para os analistas que acompanham a situação social e económica da maioria dos estados africanos, a prática das respectivas lideranças tem sido de se perpetuar no poder, promovendo golpes constitucionais e adiando, cada vez mais, o sonho das suas populações.
O documento da cimeira extraordinária da Guiné Equatorial, pediu ainda a realização de eleições "livres, justas, credíveis e transparentes", que possam ser conferidas pela Missão de Observação Eleitoral da União Africana. Segundo especialistas contactados pela Voz da América, os processos eleitorais, recentemente realizados no Gabão e no Zimbabwe foram marcados por violações flagrantes e atropelos à vontade popular, sob olhar silencioso das organizações regionais do continente.
Para o Ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, fala das decisões tomadas na cimeira de Malabo, mas não aponta soluções para se acabar com os golpes de estado.
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