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"Eleições estão longe de ser livres, justas e transparentes", em Moçambique, diz Ossufo Momade


Ossufo Momade, presidente da Renamo na Conferência Democracia em África, da IDC, Lisboa, 24 Fevereiro 2023
Ossufo Momade, presidente da Renamo na Conferência Democracia em África, da IDC, Lisboa, 24 Fevereiro 2023

Em conferência sobre Democracia em África, da Internacional Democrática do Centro, o líder da Renamo afirma que tudo é feito “a mando de quem governa o país há mais de 40 anos”.

O presidente da Renamo, na oposição em Moçambique, afirmou que o processo eleitoral está viciado e que as eleições estão longe de ser livres, justas e transparentes.

Ossufo Momade fez estas acusações na conferência sobre Democracia em África, que decorre nesta sexta-feira, 24, em Lisboa, e organizada pela Internacional Democrática do Centro (IDC), que reúne cerca de 90 partidos, entre eles de todos os países de língua portuguesa.

“Em Moçambique, o processo eleitoral está viciado desde 1994, com adulteração do registo eleitoral, eleitores-fantasma, fraco registo eleitoral nas zonas onde as pessoas mais apoiam a oposição, intolerância política, intimidações e assassínios de membros da oposição, académicos, ativistas e jornalistas pelas forças de segurança, tudo para intimidar os eleitores”, afirmou o líder da oposição moçambicana, acrescentando que “as eleições estão longe de ser livres, justas e transparentes”, apesar de ser possível obter algumas vitórias eleitorais.

“Ganhámos alguns municípios e assembleias municipais e somos Governo em algumas autarquias, nas últimas municipais de 2018, por exemplo, ganhámos quase metade das 53 autarquias, mas governamos apenas oito”, apontou Momade, admitindo que agora “a situação está favorável à vitória da oposição”, apesar da vontade de quem “governa o país há mais de 40 anos”.

Momade citou a situação em Angola, onde, segundo ele, “a UNITA venceu e convenceu, mas não está a governar, como consequência dessa farsa eleitoral”.

Na mesma conferência, antes do líder da Renamo, o presidente da UNITA pediu à comunidade internacional que não feche o olhos aos "actos inconstitucionais" praticados pelo partido no poder em Angola e criticou a “conivência” do Banco Mundial que “aprovou programas de financiamento formalmente concebidos para comprar votos".

Adalberto Costa Júnior disse que o Banco Mundial “aprovou programas de financiamento formalmente concebidos para comprar votos”, e sublinhou que há “milhares de angolanos a abandonar o país a seguir às eleições”.

Por seu turno, Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD, no poder em Cabo Verde, e líder da IDC África, alertou para o perigo do populismo, enquanto o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló defendeu mais investimentos e espaço para mulheres.

A IDC é integrada por cerca de 90 partidos do centro e no encontro de lísboa também participa o primeiro-minsitro são-tomense e presidente da Acção Democrática Independente (ADI), Patrice Trovoada.

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