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Costa Júnior pede à comunidade internacional para não fechar os olhos a actos inconstitucionais em Angola


Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, em entrevista nos estúdios da Voz da América em Washington, DC, no dia 22 de Junho de 2022.
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, em entrevista nos estúdios da Voz da América em Washington, DC, no dia 22 de Junho de 2022.

Em conferência sobre Democracia em África, da Internacional Democrática do Centro, o líder da UNITA denuncia "conivência" de governos e instituições com Luanda

O presidente da UNITA pediu à comunidade internacional que não feche o olhos aos "actos inconstitucionais" praticados pelo partido no poder em Angola e criticou a “conivência” do Banco Mundial que “aprovou programas de financiamento formalmente concebidos para comprar votos".

Adalberto Costa Júnior fez estas acusações na conferência sobre Democracia em África, que decorre nesta sexta-feira, 24, em Lisboa, e organizada pela Internacional Democrática do Centro (IDC).

“Faço daqui um apelo à União Africana, à União Europeia, ao Parlamento português e aos Estados Unidos para que não fechem os olhos aos atos inconstitucionais que o partido no poder fez e faz para se manter no poder e perpetuar a pobreza, as dificuldades e as crises que afetam os direitos e a liberdade do povo”, afirmou o líder da oposição angolana, quem criticou a “conivência” de vários países e instituições.

Costa Júnior citou o Banco Mundial que“aprovou programas de financiamento formalmente concebidos para comprar votos”, e disse que há “milhares de angolanos a abandonar o país a seguir às eleições”.

O líder da UNITA voltou a dizer que o seu partido ganhou as eleições de 2022 e ainda afirmou que “em três anos de liderança da oposição, nunca me deixaram debater com o Presidente João Lourenço, nunca fui entrevistado nos canais públicos de comunicação social, o Tribunal Constitucional anulou, a 10 meses das eleições, o congresso que elegeu o candidato da oposição, que tinha sido feito três anos antes”.

Adalberto Costa Júnior, que apontou a enorme saída de cidadãos para o exterior depois das eleições, concluiu a sua intervenção dizendo que o passado colonial “não explica as dificuldades actuais, mas sim as elites governantes e os golpes constitucionais, como aconteceram em Angola e na Guiné Equatorial”.

Na conferência, o líder da Renamo, de Moçambique, Ossufo Momade, afirmou que o processo eleitoral está viciado e que “as eleições estão longe de ser livres, justas e transparentes”.

Por seu turno, Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD, no poder em Cabo Verde, e líder da IDC África, alertou para o perigo do populismo, enquanto o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló defendeu mais investimentos e espaço para mulheres.

A IDC é integrada por cerca de 90 partidos do centro e no encontro de lísboa também participa o primeiro-minsitro são-tomense e presidente da Acção Democrática Independente (ADI), Patrice Trovoada.

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