Economistas rejeitam a ideia de sustentabilidade da dívida pública moçambicana defendida pelo Fundo Monetário internacional (FMI), e dizem que sem medidas que possam travar o crescente endividamento, vai ser difícil garantir essa sustentabilidade.
De acordo com as previsões do FMI, a dívida pública moçambicana vai continuar em dificuldades, mas é sustentável em termos futuros, embora ela deva atingir 113,7 por cento neste final do ano, devido, em parte, ao impacto da pandemia da Covid-19.
Em 2021, diz o FMI, a dívida moçambicana começará a cair para 106,2 por cento.
Mas, para o economista João Mosca, isso passa por o Governo tomar medidas sérias relacionadas com a dívida pública.
"É preciso encontrar formas de travar o crescente endividamento, interno e externo, mas sobretudo externo, que coloca a dívida moçambicana numa situação cada vez mais insustentável" defende o economista.
Além disso, é fundamental abrir uma negociação estruturada da dívida moçambicana e definir objectivos claros da restruturação e da abrangência dessa restruturação.
Para o economista António Francisco, a história da sustentabilidade da dívida pública moçambicana depende do jogo e da expectativa de que pode ser paga logo que iniciar a exploração de recursos naturais.
Diz Francisco, que existe a ideia de que “se houver gás, há a possibilidade de um conjunto de rendimentos".
O FMI afirma que as perspectivas de médio prazo permanecem positivas, devido aos megaprojetos do gás natural liquefeito, reconhecendo que apesar de alguns atrasos, os projetos vão avançar.