O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a dívida pública moçambicana vai continuar em dificuldades, mas é sustentável em termos futuros, embora ela deva atingir 113,7 por cento neste final do ano, devido, em parte, ao impacto das consequências da luta contra a pandemia do novo coronavírus.
Num relatório divulgado na quarta-feira, 29, o FMI estima que a dívida começará a cair para 106,2 por cento em 2021.
As previsões assentam-se também num voto de confiança da instituição no Governo de Filipe Nyusi, com base no “compromisso das autoridades em implementar a consolidação fiscal e estratégias de endividamento prudentes”.
“Apesar de se antever que a pandemia tenha forte impacto em Moçambique e que as premissas subjacentes ao cenário macroeconómico, particularmente nos próximos dois anos, tenham piorado em relação à última análise, as perspetivas de médio prazo permanecem positivas devido aos megaprojetos de GNL”, escreve o FMI, reconhecendo que apesar de algum atrasos" os projetos vão avançar”.
Na sua análise, o FMI, reiterou que o Executivo de Maputo “não pretende suportar a MAM” – uma das empresas do escândalo das dívidas ocultas – “que deve seguir para falência, enquanto a validade das garantias estatais ao empréstimo do banco VTB à MAM está a ser contestada” judicialmente.
Enquanto espera que Moçambique, um dos países mais endividados do mundo, beneficie da iniciativa de alívio da dívida por parte do G-20, o grupo das economias mais desenvolvidas do mundo, o FMI estima que a economia crescerá este ano 2,2 por cento e que o Produto Interno Bruto (PIB) chegue aos 4,7% em 2021.