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Economistas duvidam que venda de títulos de dívida pública terá sucesso


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Dúvidas sobre política económica e instabilidade política são apontadas como riscos a esse investimento de privados.

Para fazer frente às dificuldades de encontrar financiamentos para a economia angolana, o Governo vai emitir títulos de divida publica até dois mil milhões de dólares destinados a investidores nacionais, a serem pagos em moeda estrangeira.

Especialistas ouvidos pela VOA dizem não acreditar que o Executivo consiga investidores nacionais disponíveis a pagar esses títulos.

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O economista Faustino Mumbica afirmou que o recurso a títulos de dívida pública revela que “o Governo está com dificuldades em obter financiamento para o Orçamento Geral do Estado e com mais necessidades do que dinheiro para gastar”.

Mumbica explicou que “a emissão de títulos da divida publica é uma forma do Executivo ir buscar dinheiro lá fora ou aqui dentro” e que, neste cas,o “o governo pretende que os cidadãos nacionais emprestem dinheiro ao Estado, para posteriormente, de acordo com os prazos e juros estabelecidos pelo prórpio Governo, o cidadão recupere o seu dinheiro com juros acrescidos".

Uma aposta que Faustino Mumbica não acredita que dê resultados.

"O Governo tentou primeiro lá fora e teve insucesso e isto já indicia que alguma coisa não vai bem porque uma das grandes desvantagens dos títulos de divida é a eventual incapacidade do executivo em honrar mais tarde os compromissos assumidos", adiantou.

Para Mumbica o país “vive, as consequências de causas que ainda persistem: A falta de disciplina e os desvios daquilo que é publico”.

Por seu lado, o também economica Justino Pinto de Andrade manifestou igualmente dúvidas quanto à emissão destes títulos devido às incertezas políticas que reinam no país.

"Acho que vamos viver um período muito difícil que poderá gerar tensão social porque não nos esqueçamos que o Presidente José Eduardo dos Santos está com 73 anos de idade e com uma imagem extremamente desgastada e descredibilizada, há um ponto de interrogação, e depois de Eduardo dos Santos o que será?”, disse.

Pinto de Andrade lembra que "os próprios parceiros externos também pensam assim, não vamos empenhar os nossos recursos em mãos que desconhecemos, o que pode acontecer depois da era pós Eduardismo".

Aquele especialista não acredita que internamente haja quem queira empenhar os seus dólares bem guardados no exterior em algo incerto.

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