Duas crianças morreram na localidade de Catoho, na comuna de Chiange, município dos Gambos, na província angolana da Huíla devido à fome.
Os relatos de mortes por fome surgem depois de muitos gritos de socorro lançados por activistas e líderes religiosos, bem como por organizações não governamentais sobre a situação de crise naquela região, que enfrenta uma das maiores secas dos últimos 30 anos.
“Aqui o problema maior é fome e ela tem impacto na saúde das pessoas”, afirma o único enfermeiro do posto de saúde da localidade, Batista Ntonga.
Pela mesma causa, estão a aumentar nas comunidades os casos de desnutrição entre as crianças segundo relatam as próprias autoridades sanitárias do município.
O director municipal da Saúde dos Gambos, Nicolau Bendem, descreve um quadro difícil com os casos de desnutrição.
“Quando se trata de haver fome a desnutrição também acompanha e nós temos estado a verificar nas comunidades há sem dúvidas em crianças em particular", afirma.
Organizações da sociedade civil recomendaram recentemente no Lubango ao Governo que declare o estado de emergência no sul de Angola para permitir que as agências internacionais humanitárias se envolvam no combate à fome.
Investir em programas sustentáveis de combate às alterações climáticas, à experiência de outras partes do mundo, deve ser prioridade do Governo, segundo as mesmas organizações que avaliaram numa mesa redonda o impacto da seca na região.
“Recomenda esta mesa-redonda que o Estado angolano invista na obtenção e aplicação de tecnologias de baixo custo baseadas em energias limpas e renováveis e ao alcance dos camponeses das comunidades afetadas tornando isto mais sustentável", sustenta, Ângelo Kapwacha, um dos membros das organizações da sociedade civil.