A recusa do Presidente americano Donald Trump em aceitar o resultado das eleições de 3 de novembro está a causar apreensão entre empresários e peritos em questões de segurança do proprio Partido Republicano.
Cem directores de influentes companhias americanas dos ramos comercual e financeiro assinaram uma carta pedindo à administração Trump para reconhecer a vitóriade Joe Biden nas presidenciais, revela o jornal New York Times
“Cada dia que um processo de transição ordeiro é atrasado a nossa democracia enfraquece aos olhos dos nossos cidadãos e o estatuto da naçãoo no palco mundial diminui”, diz a carta que pede que o Presidente eleito tenha de imediato acesso aos diferentes departamentos do Governo federal como parte do normal processo de transição.
“Impedir recursos e informação vital para a próxima administração coloca o público , a securança e a saude do país em perigo”, diz a carta.
Por outro lado, um grupo de peritos em questões de segurança do Partido Republicano pediu aos seus parlamentares no Congresso para admitirem a derrota e iniciarem de imediato o processo de transição, revelou o Washintong Post
Entre os mais de 100 assinantes da carta estão Tom Ridge, antigo secretário de Segurança Interna durante a Presidência de George W. Bush, o antigo director da CIA Michael Hayden e o antigo director Nacional de Inteligência John Negroponte.
Na carta, eles apelam “aos dirigentes epublicanos – especialmente aqueles no Congresso - para exigirem publicamente que o Presidente Trump ponha termo ao seu ataque anti-democrático à integridade das eleições presidenciais”.
Nada mais do que processos judiciais previstos na lei, argumenta republicano
Mas se é verdade que muitos republicanos já reconhceram a vitória de Biden outros não o fazem, afirmando ser necessário deixar o processo juridico iniciado por Trump decorrer os seus trâmites normais.
“Não sei por que estamos todos ofendidos com um Presidente que está a escolher as suas opções legais em tribunal e não a encorajar distúrbios ou a queima de edificios ou a agressao a democratas”, disse o Senador republicano Kevin Kramer, para quem o que se passa “é apenas um processo legal” pelo que “todos se devem acalmar-se um pouco”.
“Não vejo isto como um ataque à democracia, todos têm que se acalmar e deixemos que isto se desenrole de modo legal”, acrescentu o senador, afirmando ainda que o que se passa faz parte dos “sistemas legais, são processos que estão na nossa constituição, na nossas leis”.
"Não só são apropriados como são uma obrigação para com os milhões de americanos que o Presidente Trump representa, ele é um reflexo de milhões de pessoas que querem que ele lute até ao fim”, acrescentou o parlamentar para, contudo, sublinhar ainda que “isto tem que ter um fim e francamente penso que chegou a altura ou já passou o tempo para se começar uma transição ou cooperar com uma transição”.
“Se Joe Biden acabar por ganhar isto, eu prefiro ter um Presidente que tenha mais de um dia para se preparar, mas entretanto o Presidente Trump está a exercer as sua sopções legais”, reiterou o senador à cadeia de televisão NBC.
“Uma vergonha nacional”
Outro repúblicano, o antigo governador do Estado da Nova Jérsea, Christ Christie, fez notar que a campanha de Trump tem feito muitas acusações de fraude em conferêncas de imprensa, mas em tribunal nada dessas acusações têm sido apresentadas.
Essas acusações vão desde máquinas que estariam viciadas com apoio estrangeiro até mesmo acusações contra destacadas figuras de certos Estados, segundo Christie, para quem o Presidente já teve “ a oportunidade de ter acesso aos tribunais para apresentar provas de fraude e não o fez".
“Mas o que aconteceu até aqui para falar francamente (é que) a actuação da equipa judicial do Presidente tem sido uma vergonha nacional”, afirmou Chrisite para quem os advogados de Trump “alegam faude fora do tribunal mas quando vão lá dentro não alegam fraude e não argumentam fraude”.
"Eu tenho sido um apoiante do Presidente. Votei nele duas vezes, mas as eleições têm consequências e não podemos continuar a agir como se algo tivesse acontecido que não aconteceu”, afirmou o antigo governador epublicano.
“Há uma obrigaçao de se apresentar as provas. As provas não foram apresentadas e se não apresentam as provas tem que se concluir que as provas nã existem. O pais é agora o que conta mais. Sou um republicano, amo o meu partido, mas o país tem que vir em primeiro lugar”, concluiu.
O que se vai passar agora é o processo de certificação dos resultados pelos diversos Estados.
É de se prever atrasos devido às acções da campanha de Donald Trump mas caso não surja algo de extraordinários em vários Estados o tempo está a esgotar.