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EUA: Eleições indicam um país profundamente dividido


Mapa eleitoral. Biden ganhou os estados em azul, Trump aqueles em vermelho com cinco por decidir sendo provavelmene tres para Biden e dois para Trump
Mapa eleitoral. Biden ganhou os estados em azul, Trump aqueles em vermelho com cinco por decidir sendo provavelmene tres para Biden e dois para Trump

Sondagens erraram nas previsões. Impasse pode ser oportunidade para moderados

Uma análise dos resultados das eleições da passada semana aqui nos Estados Unidos mostra claramente que o país continua profundamente dividido.

EUA: Eleições revelam um país profundamente dividido -4:37
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Joe Biden venceu as presidenciais mas nos estados que lhe garantiram os 270 votos no Colégio Eleitoral as suas margens de vitória foram mínimas variando entre 0,2% e os 2,7% dos votos.

A nível do número total de votos a vantagem de Biden foi de 50,7% contra 47,6% dos eleitores e se Biden obteve um número recorde de votos de um vencedor de eleições (75.629.529) Trump obteve o segundo maior número de sempre aumentando o número de votos em relação às últimas eleições (71.060.118).

Os últimos resultados indicavam que a nível estadual Joe Biden venceu em 25 Estados contra 25 dos Republicanos e aqueles que esperavam uma vitória esmagadora do Partido Democrata enganaram-se.

Biden avança com a transição enquanto Trump contesta votos
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Sondagens erradas

As empresas de sondagens foram quem mais danos sofreu nestas eleições com as suas previsões de uma “onda azul” de vitórias do Partido Democrata a mostrarem-se totalmente erradas.

As suas previsões sobre o “o voto Latino” a favor dos Democratas mostrou-se errada e se é verdade que os negros americanos continuam a apoiar por esmagadora maioria o Partido Democrata estudos feitos à boca das urnas indicam que o apoio de Trump entre o eleitorado negro masculino atingiu os 17%, algo que ninguém previa.

Cornell Belcher consultor político do Partido Democrata disse no entanto que são as minorias raciais que estão a mudar a posição das eleições a favor dos Democratas. Belcher fez notar que nestas eleições o apoio do eleitorado branco aos Republicanos foi de 57% o que não é muito diferente de eleições de há duas décadas.

“O que mudou foi a demografia do país”, disse.

Eleições foram “referendo que Trump perdeu mas não os Republicanos”

O antigo governador Republicano do Estado da Nova Jérsia, Chris Christie realçou que para si a noite eleitoral foi um referendo que Donald Trump perdeu mas que para os Republicanos não foi um mau dia.

“Os Republicanos aumentaram o número de lugares na Câmara dos Representantes, ganharam postos de governador e legislaturas estaduais que estavam na posse dos Democratas e muito provavelmente o Senado vai ser Republicano”, disse Christie para quem isso “serve para reforçar a premissa que isto foi um referendo a nível Presidencial mas não foi um rejeição das políticas dos Republicanos”.

Mathew Dowd, consultor político e comentarista na mesma estação de televisão, fez notar a natureza geográfica destas divisões.

“Temos agora um Partido Republicano que domina nas zonas rurais e pequenas cidades e bairros afastados dos centros urbanos e suburbanos e tem agora grande apoio entre a classe trabalhadora branca da América que costumava ser a base dos Democratas”, disse Dowd.

“Mas o Partido Republicano perdeu os centros urbanos, está perder as zonas suburbanas, não está a ganhar apoio entre as pessoas de cor”, acrescentou o consultor para quem “do outro lado os Democratas estão muito bem nos centros urbanos e suburbanos mas perderam o controlo de uma grande parte do país”.

Divisão na legislatura pode beneficiar os moderados

Gerald Seib do jornal Wall Street Journal concordou que com a atenção virada para as Presidenciais não se prestou atenção aos outros resultados. Mas para Seib se esta divisão pode ser um indicio de paralisação a nível da legislatura pode também ter um resultado positivo.

“Quando o poder está tão dividido como isto entre os dois partidos e mesmo entre as duas câmaras, isso tende a pressionar todos em direcção ao centro e pode dar mais poder aos moderados no Senado porque têm grande força num senado dividido ao meio”, disse Seib.

“Se encontrarem um meio e creio que o conseguirão vão ter grande peso não só no Senado mas também no Congresso e mesmo em trabalhar com o Presidente Biden que como nós sabemos era quem ia falar com os Republicanos no Senado quando havia problemas com a Administração Obama em resolver legislação”, disse.

Mathew Dowd disse concordar porque “para se fazer algo as pessoas vão ter que cooperar e fazer compromissos e isso é o que a maioria dos americanos quer, querem cooperação, querem compromissos para se ter sucesso.

O antigo governador da Nova Jérsia, Chris Christie disse que essa cooperação vai no entanto depender do que estiver em discussão.

“Penso que isso vai ser feito questão por questão em termos daquilo que os Republicanos podem trabalhar com os Democratas e também vice versa”, disse.

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