O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reiterou nesta sexta-feira, 19, que o acordo de descentralização está pronto para ser aprovado em Março, mas avisou para que não o chamem de belicista porque esta lentidão nas negociações foi premeditada pelo Governo.
“Já há um dossier de aproximação, tenho estado a negociar com o Presidente (Filipe) Nyusi e o acordo sai em Março próximo”, disse em exclusivo à VOA, Afonso Dhlakama, líder da maior força politica da oposição em Moçambique, sustentando que novas aproximações foram alcançadas durante este mês.
Dhlakama, que falava por telefone a partir da Gorongosa, onde se encontra escondido deste 2016, acusou o Governo de ter premeditado atrasos nas negociações de paz em 2017, arrastando o processo para este ano e prejudicando um novo acordo.
Contudo, avisou que não gostava de ser chamado de belicista e disse ser crucial que as eleições de 2019 avancem para a pacificação e a estabilidade politica e económica de Moçambique.
Entretanto, apesar da contratação pela Renamo de um general filipino e um outro oficial suiço para o assunto da desmilitarização, Afonso Dhlakama reconheceu que este capitulo está mais demorado ainda e sem datas para fializar um acordo, embora falte apenas a definição dos números para o início do enquadramento dos homens do seu partido nas forças de segurança.
O presidente da Renamo manifestou-se preocupado com o dossier militar, sobretudo quanto à demora no acantonamento da sua base armada espalhada pelo país.
“As pessoas dizem, Dhlakama se isso falhar como é que é? Eu não gostaria de ser chamado ou acusado de ser belicista”, avisou Afonso Dhlakama, salientando que espera a boa-fé do Governo nas negociações em curso, que considera promissoras.