O grupo radical palestiniano Hamas informou nesta quinta-feira, 7, que a sua delegação deixou a capital do Egito, Cairo, onde decorriam as negociações para um novo cessar-fogo no conflito com Israel, mas acrescentou que elas retomadas na próxima semana.
A declaração do Hamas seguiu-se a semanas de esforços dos Estados Unidos, Egito e Qatar num plano que prevê a suspensão dos combates durante cerca de seis semanas e a libertação de alguns reféns pelo grupo Hamas e de alguns prisioneiros palestinianos detidos em Israel.
O Governo israelita não enviou nenhuma delegação ao Cairo alegadamente porque o Hamas exige que as suas forças se retirem totalmente da Faixa de Gaza, mas o Governo egípcio disse que mantinha conversações com Telavive.
Fontes palestinianas e egípcias citadas pela agência espanhola EFE assinalaram que as partes chegaram a um acordo sobre "pontos básicos", apesar de permanecerem alguns obstáculos.
Os mediadores rocuram uma solução intermédia para aproximar as posições, apesar de as negociações parecerem bloqueadas de momento, ainda segundo um responsável egípcio
Entretanto, o embaixador dos Estados Unidos em Israel afirmou que as negociações não estão "fracassadas”.
"As diferenças estão a ser reduzidas. Ainda não há um acordo. Todos estão a olhar para o Ramadão, que se aproxima. Não posso dizer que será um sucesso, mas ainda não é o caso de ser um fracasso", afirmou Jack Lew numa conferência em Telavive.
Ontem, o coordenador humanitário interino da ONU para a Palestina disse que os palestiniaaos deslocados que se abrigam perto de Rafah, ao longo da fronteira de Gaza com o Egito, começaram a deixar a área por temerem uma incursão militar no Ramadão.
“Eles voltaram para o norte, para Deir Balah, alguns para Khan Younis, e muitos deles foram para Al Mawasi, que é a área de dunas de areia na costa”, acrescentou Jamie McGoldrick aos repórteres numa conversa virtual.
McGoldrick, que acabou de regressar de uma visita de dois dias a Gaza, acrescentou que os trabalhadores de ajuda humanitária estão a preparar planos de contingência duplos, tanto em antecipação a um possível cessar-fogo, como no caso de uma incursão israelita em Rafah.
O Governo israelita informou que levará os palestinianos para um local seguro antes de um ataque a Rafah, mas não indicou o local.
C/AFP
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