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Dívidas Ocultas: “Filipe Nyusi é quem deve responder sobre impactos negativos ao país”, diz Ndambi Guebuza


Ndambi Guebuza, filho do antigo Presidente de Moçambique Armando Guebuza, ouvido em tribunal no caso das "Dívidas Ocultas", 30 de Agosto 2021
Ndambi Guebuza, filho do antigo Presidente de Moçambique Armando Guebuza, ouvido em tribunal no caso das "Dívidas Ocultas", 30 de Agosto 2021

Conduta de Ndambi é apontada como de pouca cooperação, arrogância e falta de respeito ao Ministério Público

Ndambi Guebuza, filho do antigo Chefe de Estado, Armando Guebuza, sugeriu hoje que o Presidente da República, Filipe Nyusi, seja chamado para esclarecer a algumas penumbras sobre o projecto da Zona Económica Exclusiva (ZEE) e os valores de financiamento de que resultou o calote de 2,2 mil milhões de dólares ao Estado.

Numa das questões colocadas pela Ordem dos Advogados, assistente no processo das dívidas ocultas, sobre o impacto negativo que o calote trouxe ao país, Ndambi escusou-se de responder, remetendo a resposta a Nyusi.

“O ex-ministro da Defesa (Filipe Nyusi) é a melhor pessoa para responder sobre os danos causados ao país” disse Ndambi, por duas vezes, quando questionado sobre se tem ou não consciência do impacto negativo que as dívidas ocultas trouxeram.

Perante esta resposta, a Ordem dos Advogados diz acreditar que o Chefe de Estado poderá ser arrolado como declarante pela defesa de Ndambi.

Refira-se a primeira tentativa de levar Nyusi a declarar, foi chumbada pelo Juiz Efigénio Baptista.

Dívidas Ocultas: Magistrada exige respeito por parte do réu Ndambi Guebuza
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Conduta do arguido

Em mais um dia de audiência, Ndambi Guebuza voltou a apostar numa estratégia de não cooperação. Às mais de duas dezenas de questões feitas pela Ordem dos Advogados, assistente no processo, optou sempre por ignorar.

“Não vou responder”, “não não vou falar sobre isso” ou “ já falei sobre isso ontem” eram as respostas.

De forma recorrente, Ndambi, que conta com a presença do pai, o antigo presidente, Armando Guebuza, como um dos acompanhantes na audição, continua a demonstrar no tribunal, uma atitude comportamental descrita como “arrogância, falta de respeito” e ataques, sobretudo ao Ministério Público e assistente.

Tal como no primeiro dia da audição, o Juiz Efigénio Baptista, tem optado por repreensões verbais e chamada de atenção, para uma mudança de comportamento, decoro e calma.

Por outro lado, o arguido insurgiu sobre algumas questões feitas pelos assistentes, alegando que há tendências de politizar o assunto.

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