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Crise na educação hipoteca futuro de jovens na Guiné-Bissau


Escola em Bissau, Guiné-Bissau
Escola em Bissau, Guiné-Bissau

Ano escolar arrancou mas há muitas escolas fechadas e nos últimos três anos alunos estiveram mais em casa do que nas salas de aulas

O ano lectivo na Guiné-Bissau começou há cerca de um mês mas salas de aulas de muitas escolas continuam ainda encerradas, devido à greve dos professores.

Especialistas temem que o presente ano fique comprometido, tal como nos últimos três anos, em que os alunos passaram mais tempo em casa do que nas salas de aula.

As aulas deveriam ter começado no início de Outubro, mas os professores realizaram uma greve de 10 a 14 de Outubro e projectaram mais uma vaga de paralisação, de 7 a 11 Novembro.

Na opinião de Silvino Ialá, professor e especialista em temas educacionais, essa paralisação vai ter impacto no cumprimento do calendário escolar nas escolas públicas.

“Se os tempos previstos de uma determinada disciplina e cadeira não acontecer obviamente que o impacto acaba por ser mais pesado para os próprios educandos. E quando isso acontece com muita regularidade, como tem acontecido, vamos obviamente começar a observar os efeitos que têm a ver com um processo muito fraco de ponto de vista de aquisição de conhecimentos”, diz.

Uma leitura igual tem o professor do ensino secundário Sumaila Djaló, para que, “é lógico que qualquer paralisação de funcionamento das aulas prejudica a realização dos programas curriculares do sistema educativo do país, quanto mais quando se tratam de paralisações que vão até três meses”.

Ele reafirma que a perda representa um terço do ano lectivo e “mais grave é termos anos lectivos de três meses intercalados por paralisações constantes e interrupções por greves”.

Há três anos que as escolas públicas na Guiné-Bissau estão parcialmente paralisadas, devido às sucessivas greves, mas a instabilidade vem de antes.
Para Sumaila Djaló isso tem afectado não só os jovens estudantes que vão experimentando outros desafios académicos dentro e fora do país, mas “o próprio presente e futuro da Guiné-Bissau”.

Para inverter o quadro, Silvino Ialá aponta que “primeiro, temos que começar a pensar no bolo orçamental que se destina ao sector educativo e epois fazer uma avaliação sobre as pessoas que dirigem o país e assim estudar quais são as causas das sucessivas paralisações”.

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