A câmara das minas e o ministério dos recursos minerais da África do Sul estão de costas voltadas. É uma crispação que afecta novos investimentos, exacerba o desemprego com o despedimento da mão-de-obra na indústria mineira sul-africana.
As companhias Anglo Gold e a Impala anunciaram a redução de 11 mil postos de trabalhos e o encerramento de algumas operações.
Com 70 membros filiados em forma de companhias mineiras, a câmara das minas é uma instituição muito respeitada na África do Sul e a nível internacional, mas diz que foi ignorada pelo Ministro dos Recursos Minerais, Msebenzi Zwane, na produção da nova lei das minas, que torna obrigatório o aumento da percentagem accionista dos negros nas companhias mineiras.
Alguns gestores das minas têm estado a desaconselhar novos investimentos na indústria mineira, alegando incerteza no futuro por causa da legislação, cuja entrada em vigor está suspensa, mas o ambiente é muito tenso, com acusações de racismo monopolista. As minas estão a despedir aos milhares devido à deterioração da economia.
O coordenador das comissões dos mineiros moçambicanos na África do Sul, Victor Cossa, acredita que nos próximos dez anos não haverá mineiros moçambicanos na África do Sul.
"Os despedidos juntam-se ao numeroso exercito de mineiros envolvidos na mineração ilegal de ouro, apesar dos enormes riscos de vida", afirma Victor Cossa, coordenador dos mineiros.