Centenas de milhares de apoiantes de uma Espanha unida marcharam neste domingo em Barcelona, capital da Catalunha, para mostrar que estão a favor da decisão do governo espanhol.
Depois de na sexta-feira, Carles Puigdemont ter anunciado a independência da Catalunha unilateralmente, o primeiro-ministo espanhol, Mariano Rajoy dissolveu o parlamento catalão, convocou eleições antecipadas na região para 21 de Dezembro e retirou os poderes aos comandantes da polícia local.
Entretano, o líder catalão Carles Puigdemont apelou a uma oposição democrática pacífica na tomada da região que tinha uma autonomia considerável, antes da declaração de independência.
Em comunicado gravado, Puigdemont disse que vai continuar a trabalhar na construção de um país livre e que apenas um parlamento regional tem autoridade para dissolver o governo catalão, reagindo assim à decisão de Mariano Rajoy.
Íñigo Méndez de Vigo, porta-voz do governo espanhol, disse que Puigdemont e todos os outros líderes catalães poderão candidatar-se às eleições de Dezembro.
“Damos voz aos catalães em eleições livres e legais, não em referendos que são ilegais”, afirmou, acrescentando que as eleições vão dar aos catalães a oportunidade de escolherem legalmente se querem a independência ou não.
A resolução da separação à Espanha foi pensada e apresentada pelas facções radicais e separatistas de uma coligação regional liderada por Puigdemont e passou com 70 votos a favor, dez contra e dois votos em branco.
A resolução de sexta-feira, pelo parlamento regional catalão encerra um período de incerteza que prevalecia desde 1 de Outubro, com o referendo realizado nesse dia, que ganhou 90 por cento dos votos com uma participação eleitores de 50 por cento.
Entretanto, o governo central prendeu dois separatistas, está a processar outros oficiais de usarem recursos públicos para apoiar a independência e Puigdemont pode enfrentar 25 anos de prisão por sedição.
O ministro da Migração e Asilo da Bélgica, no entanto, já ofereceu asilo a Puigdemont Theo Francken escreveu no Twitter, neste domingo, que as autoridades independentes sobre o asilo vão decidir se dão asilo ou não ao líder deposto.
Reacções Mundiais
O porta-voz Íñigo Méndez de Vigo diz que os europeus “não querem qualquer tipo de novo nacionalism” e ele apontou que nenhuma nação reconheceu até ao momento a independência da Catalunha.
As Nações Unidas apelaram a todas as partes que “procurem soluções dentro dos parâmetros da Constituição espanhola e através de canais legais e políticos estabelecidos”
O Presidente do Conselho da União Europeia, Donald Tusk, que apoiou a abordagem de Madrid à crise, disse no Twitter que espera “que o governo espanhol favoreça a força do argumento e não o argumento da força.”
Jean-Claude Juncker, Presidente da União Europeia disse que “não há espaço na Europa para mais fraturas ou quebras”, acrescentando que a Europa já teve demasiadas desse tipo.
A região basca, em Espanha, também tem se mantido relutante em apoiar a causa catalã.
O Brasil já se pronunciou, assumindo que não reconhece a independência da Catalunha.