Autoridades moçambicanas desdobram-se em apelos ao combate à propagação da Covid-19, com o país a registar, até hoje, 1.257 e um totral acumulado de 108.760 casos.
Um estudo recente do Instituto Tony Blair confirmou que o país é um dos que mais casos têm registado, em termos relativos, em África.
As estruturas de Saúde, principalmente na capital, Maputo, começam a arrebentar-se pelas costuras com o aumento de casos graves.
Entretanto, no mercado informal, preferem correr o risco de contrair o vírus na luta contra a fome que morrer à fome a fugir do vírus.
Alerta das autoridades
A directora nacional de Assistência Médica, evelou no sábado, 24, que 70 por cento dos doentes chegam ao hospital em estado grave.
Luísa Panguene acrescentou que o aumento das contaminações está a influenciar o número de mortes pela Covid-19.
Aquela responsável acrescentou que, mais do que isso, os hospitais estão a receber, de uma só vez, “muitos pacientes que chegam em estado grave, gerando sobrecarga aos profissionais na linha da frente”.
Por outro lado, indicou ainda que o abandono do tratamento por parte de pacientes com doenças crónicas está a contribuir para o aumento das taxas de mortalidade por Covid-19.
No passado dia 15, como forma de reduzir a propagação do vírus, o Presidente Filipe Nyusi anunciou a suspensão de aulas presenciais dos ensino, em oito capitais, determinou o encerramento de cultos religiosos em todo o território nacional e aumentou em mais uma hora o período do recolher obrigatório, passando a vigorar das 21:00 às 4:00 horas da manhã.
Entretanto, ante este quadro em que o país enfrenta a terceira vaga da pandemia, cidadãos e autoridades enfrentam o dilema entre preservação da saúde ou da economia.
Luta pela sobrevivência
Do lado da saúde, as campanhas para a prevenção são intensas, a vacinação, ainda que lenta, continua, mas os níveis de propagação, internamentos e óbitos avançam a níveis assustadores.
Do lado da economia, o alarme soou há muito.
No sector da restauração, por exemplo, o novo decreto do estado de calamidade pública, imposto para conter a velocidade da pandemia, determina que às 18 horas tudo deve fechar.
Esta decisão veio "matar" a pequena esperança gerada, sobretudo entre Abril e Junho, quando houve certo alívio nas medidas de restrição.
Grandes ou pequenos, os restaurantes fazem contas à vida e procuram se reinventar.
Os próximos tempos são cada vez mais incertos, disseram à VOA vários intervenientes no sector, principalmente no mercado informal.
Quase todos entendem que o momento é de sacrifício, mas a realidade mostra um cenário diferente.
Muitos dizem que preferem o risco de contrair o vírus na luta contra a fome que morrer à fome a fugir do vírus.
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