O presidente da UNITA encontra-se em Washington para contatos nos quais procura "ajudar a melhorar a abordagem do relacionamento entre os dois países que deve ser sempre multilateral".
Numa breve conversa telefónica com a Voz da América, Adalberto Costa Júnior diz manter uma agenda carregada de encontros com estruturas do Governo americano e do Congresso, bem como outros parceiros multilaterais.
No momento em que as relações entre Washington e Luanda encontram-se num dos seus pontos mais altos, depois de 30 anos de relacionamento diplomático, o líder da oposição angolana afirma querer dar uma visão da "pluralidade da sociedade angolana" e contribuir para um Estado de Direito democrático "que não é o caso" em Angola.
"O regime angolano está mais fechado, nos últimos tempos tem vindo a piorar em aspectos ligados a direitos cívicos e direitos políticos, há um problema cada vez pior da gestão económica", aponta Costa Júnior que justifica a deslocação aos Estados Unidos por ser "um país importante e ao estarmos aqui queremos ajudar a melhorar o relacionamento que deve ser multilateral".
O presidente da UNITA recua à visita realizada pela antiga secretária de Estado Hilary Clinton a Luanda, em Agosto de 2009, e lembra o quadro da parceria estratégica entre os Estados Unidos e Angola então definido.
"A parceria estratégica com Angola está definida como parceria com o Governo, parceria com a sociedade civil, parceria com os partidos com a sua múltipla realidade de representação, não fica limitada a espaços de diálogo com o Governo, que é aquilo que infelizmente temos assistido", afirma Costa Júnior que aponta o fato de que as "delegações passam por Angola e falam só com os ministros e os ministros expressam só aquilo que um Governo partidário tem interesse e não naquilo que é a pluralidade da sociedade".
O presidente da UNITA traça um quadro muito negativo, de retrocesso em Angola e aponta como ponto alto o anunciado processo de impugnação do Presidente da República que o seu partido irá apresentar na Assembleia Nacional.
Para ele, João Lourenço "tem violado imensas leis, a própria Constituição, e mal conduzido o país".
Adalberto Costa Júnior, que reitera que o pedido será muito fundamentado, diz ser "surpreendente que trazemos esta debate para as instituições, mas o partido que sustenta o regime quer levar o debate para a rua, está com medo de ir às insituições responder".
Ele conclui que "o que nos move é o respeito das liberdades e a defesa do Estado de Direito e democrático".
A visita do presidente da UNITA aos Estados Unidos termina no sábado, 29.
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