O presidente da Guiné-Conackry apelou à calma no país depois de uma cena de tiroteio, durante a noite, de que foi alvo a sua residência, num subúrbio da capital.
Soldados estão, hoje, em força nas ruas da capital guineense, na sequência de um ataque que durou duas horas e que foi dirigido contra o presidente Alpha Condé, um incidente que terminou pouco antes do Sol nascer.
O presidente Condé discursou perante a nação através da televisão estatal, tendo apelado a todos para que se mantivessem calmos na sequência do tiroteio, durante o qual – disse – “a guarda presidencial se bateu heroicamente, tendo convocados reforços para fazer frente aos atacantes”.
O presidente da Guiné-Conackry felicitou as suas tropas e garantiu que nada irá travar o trabalho do povo do seu país.
Não é claro quem terá estado por detrás do ataque, durante o qual foram usados lança-foguetes e armas automáticas. Não há notícia de detenções.
O presidente Condé recordou a crença tradicional segundo a qual “não importa que inimigos estejam contra ti, se Deus estiver contigo, nada te acontece”. O líder da Guiné-Conackry adiantou que “não importa quem sejam os inimigos, pois o caminho para a democracia na Guiné começou e vai continuar”.
Alpha Condé foi eleito presidente, em Novembro do ano passado, naquelas que foram as primeiras eleições democráticas desde sempre realizadas na história da Guiné-Conackry.
Ditadores civis governaram o país, desde a independência até 2008, quando os militares assumiram o poder, na sequência de um golpe de Estado.
Eventualmente, os militares abriam caminho para as eleições do ano passado e que resultaram na subida ao poder do líder oposição, Alpha Condé, de 73 anos de idade.
O presidente Condé disse hoje que o povo da Guiné-Conackry votou pela mudança e que a obteve. Condé apelou para a calma e para a unidade nacional e pediu ao povo para que permita que o exército e as forças de segurança desempenhem as suas tarefas.
Condé disse não haver lugar para ódios no seu país e disse saber que pode contar com o apoio do povo para rejeitar a divisão, porque não há desenvolvimento sem unidade.
Na sequência das eleições do ano passado, registaram-se alguns distúrbios quando elementos da polícia de choque e apoiantes de Condé se confrontaram com os apoiantes do segundo classificado, o antigo primeiro-ministro Cellou Diallo.
O partido de Diallo opõe-se agora aos planos anunciados pelo presidente Condé de realizar um novo recenseamento eleitoral, antes do fim do ano. A oposição diz que o recenseamento deveria ser levado a cabo por uma comissão eleitoral independente e não pelo governo do presidente Condé.