O Instituto de Fundos Soberanos (SWFI) avaliou positivamente a administração do Fundo Soberano de Angola, facto que foi duramente criticado pela oposição.
O SWFI, como sede nos Estados Unidos, é uma companhia global que analisa para investidores o desempenho de organizações que administram bens públicos.
Para além de fundos de investimento, a companhia estuda fundos de pensões de reformas e reservas de bancos centrais, entre outros.
O instituto, na generalidade, só aceita contratos com companhias e não com indivíduos.
A companhia foi fundada em 2007 por Michael Maduell e Carl Linaburg que estabeleceram em 2008 um índice de transparência baseado em 10 princípios de transparência, tendo cada um deles um ponto ao nível da transparência.
O índice é usado pela companhia em relatórios usados por investidores através do mundo.
O Fundo Soberano de Angola recebeu na última avaliação um índice de oito pontos, colocando esse fundo na companhia de fundos da China, Timor Leste, Hong Kong e Trinidad e Tobago.
O SWFI diz que o seu índice obedece aos seguintes 10 princípios:
- O Fundo fornece a sua história, incluindo razões para a sua criação, origens dos fundos e a estrutura governamental de controlo do fundo.
- O Fundo fornece relatórios anuais que foram sujeitos a auditorias independentes.
- O Fundo fornece a percentagem de controlo em companhias e os locais geográficos onde possui investimentos.
- O Fundo fornece o valor de mercado de todo o seu investimento, os rendimentos e a compensação dada aos administradores.
- O Fundo fornece parâmetros de padrões éticos, política de investimento e como faz aplicar esses parâmetros
- O Fundo fornece estratégicas claras e objectivas.
- Se aplicável o Fundo identifica claramente subsidiárias e informação sobre contactos.
- Se aplicável o fundo fornece administradores externos.
- O Fundo administra o seu próprio site na internet.
- O Fundo fornece a sua principal morada, informação para contacto como telefone e fax
O ano passado o valor total de negócios directos envolvendo fundos soberanos e todo o mundo atingiu os 50.000 mil milhões de dólares.
Em Angola, o porta-voz da Unita Alcides Sakala reagiu dizendo que os níveis de corrupção e de má gestão reinante nas instituições públicas de Angola nunca podiam levar a tal distinção.
Sakala põe em dúvida a idoneidade do estudo feito e admite tratar-se de uma tentativa do Governo de branquear a sua imagem envolvendo algumas organizações não-governamentais estrangeiras.
Por seu lado, o deputado da Casa-CE, Manuel Fernandes também põe em dúvida a idoneidade da organização responsável pela avaliação.
Fernandes diz não fazer sentido que uma entidade externa chegue a tal conclusão se ele, como deputado, não sabe como é que o Fundo Soberano angolano é gerido, uma vez não é permitido aos parlamentares fiscalizar o desempenho do Governo.